PLAYLIST

sábado, 29 de maio de 2021

DANCING THE DREAM


Por Michael Jackson

‘‘Temos que mudar nosso mundo ferido. O caos, desespero, e a destruição estúpida que vemos hoje são o resultado do afastamento que as pessoas sentem de cada um e do seu ambiente. Muitas vezes este distanciamento tem sua origem numa infância emocionalmente carente. As crianças tiveram suas infâncias roubadas.

A mente de uma criança precisa da nutrição de mistério, mágica, maravilha e excitação. Quero que meu trabalho ajude as crianças a redescobrirem o que está escondido nelas”. (Michael Jackson)
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Em trecho extraído do livro de Poemas e Reflexões Dancing The Dream
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Fonte: mjbeats.com.br * reidopop.com

sábado, 22 de maio de 2021

FÃS
ELES, LOUCOS POR MICHAEL
MICHAEL, LOUCO POR ELES

Por Conceição Vitor





Na verdade, não se ouve ou se vê Michael. Michael se sente! Não é algo que vem de fora para dentro - dos sons ou imagens-, é algo que vem de dentro para fora: literalmente de alma para alma, por que ser fã de Michael é algo tão surreal, tão diferente, tão inusitado e tão inexplicável! E é esse inexplicável sentimento que os faz mais que fãs, verdadeiros soldados. Ser fã de Michael é um estado de espírito. Ser soldado de Michael é uma missão. Aqui eu me incluo, e aqui não são conjecturas. É real.

Michael e seus fãs se escolheram reciprocamente, sabe-se lá em que paragens do universo. É um caso de amor explícito e com a solidez das raízes mais profundas de seculares carvalhos. É uma linda história de amor correspondido que transcende os limites que a razão pode alcançar... por isso, divino.

A empatia entre palco e plateia é tão densa e profunda que os acompanha à casa, ao trabalho, à escola, à vida com um todo. Michael não está só na parede dos quartos, ele dorme com os fãs. Sua voz não ecoa só dos alto-falantes do aparelho de som, ela ecoa das entranhas de cada um, como se fizesse parte de todos. É como se ele corresse em suas veias o tempo todo.

Não é idolatria, não é fanatismo; se olharmos sob o prisma dos cinco sentidos, mais se aproxima da obsessão; mas é muito mais profundo do que isso: é a relação transcendental dos discípulos com seu mestre. Gratificante, conflitante, desconcertante, inebriante... ficamos sem vocabulário para definir o que, talvez, seja por si só indefinível. Melhor sentir.

Fã de Michael lota estádios de qualquer tamanho e esgota qualquer quantidade de ingressos em poucas horas. E isso acontece há, pelo menos, 40 anos. Fã de Michael dorme na fila por um ingresso, pela corrida louca em busca de um lugar mais próximo ao palco. Dorme na porta do hotel por um simples abanar de mãos – e que mãos! -, ou aquele famoso bilhete escrito “I Love you”. Com sorte, um travesseiro que voa pela janela, ou uma toalha cheia de mensagens... ah, os balões coloridos que sobem com recadinhos e descem com a resposta amorosa. É a linguagem dos amantes, da Lenda que, a despeito da sua grandeza, tem tempo para namorar seus amados.

Fã de Michael esgota nas lojas qualquer coisa que lhe diga respeito. Consome com a mesma euforia o CD de inéditas e a coletânea de músicas que ele já tem aos montes. Aquele DVD relançado, agora com uma apresentação ao vivo, parece sempre tão novo, tão inédito! Michael vende qualquer coisa que fizer porque fã de Michael compra qualquer coisa que ele faça.

Fã de Michael de antigamente não deixava sobrar uma só revista nas bancas ou um só jornal falando de Michael. Fã de Michael de atualmente passa madrugadas inteiras na internet, lendo Michael, vendo Michael, ouvindo Michael, pesquisando Michael, estudando Michael.

Fã de Michael banca seu amor, mesmo quando tudo parece contra. Ele ama, então confia. Ele vai para a porta dos tribunais exigir justiça e dar apoio, ele enfrenta a imprensa maldita e os debochadores, ele abre o peito explicitamente em praça pública na defesa de quem ama e, internamente, conhece. Como conhece sem qualquer contato próximo – muitos nunca sequer o viram ao vivo, muito menos de perto? Coisas de alma para alma, inconcebível e inexplicável ao nível dos sentidos lógicos.

A Corte de Santa Maria, Califórnia, viu-se enfeitada de bandeiras de todos os países do mundo, pelo menos durante os vários meses de audiências do processo contra Jackson. Tremulavam ao relento: a Austrália, França, Itália, Dinamarca, Canadá, Irlanda, Hong Kong, México, Twain, Rússia, Alemanha, Finlândia, Reino Unido, Hungria, Espanha, Holanda, Áustria, Ucrânia, África do Sul, Bélgica, Japão e, óbvio, os mais diversos distritos dos Estados Unidos. Algo jamais visto, jamais testemunhado pelas autoridades norte-americanas.

Em 4 de abril de 2005, a pouco mais de dois meses do julgamento final, cerca de 200 fãs saíram em passeata, a partir do Radisson Hotel, e acamparam em frente à Corte, em uma vigília melodiosa e dançante por Jackson. Todos usavam braçadeiras douradas no braço, iguais às que Michael usava. Na madrugada, receberam uma ligação telefônica de Neverland, pelo celular de Raymone Bain. Era Michael, para lhes dizer: “Deus e a verdade estão ao nosso lado. Nós sairemos vitoriosos. Vocês entendem que eu não pude estar aí com vocês hoje... Eu desejaria muito estar, eu sei que vocês vieram de vários lugares do mundo e eu estou muito honrado com isso. Eu amo vocês e espero estar o mais breve possível com vocês. Continuem dançando. Eu amo muito vocês”. O que Jackson ouviu de volta foi um sonoro coro de “Nós te amamos, Michael!”.

“Você é um templo... e eu sou seu devoto” (Kenny Ortega-2009) ... Devoção; taí, talvez seja essa a palavra mágica para definir esse caso de amor tanto quanto mágico. E magia e encantamento têm tudo a ver com Michael Jackson.

O amor é tamanho que faltam as palavras... “I love you” daqui, “Love you more” de lá, “Love you most” de ambas as partes... Mas restam os gestos, os olhos marejados de emoção, o olhar encantador e encantado dos amantes. Michael e fãs são um só. Ele sempre sabe o que eles sentem, o que querem, o que esperam... Eles sempre sabem o que o satisfaz, o que o alimenta, o que o faz tornar-se uma lenda viva sobre os palcos da vida. Ele se entrega, eles o acolhem: é a simbiose perfeita do humano e do divino.

Michael comentou com o rabino Boteach: “Eu acho que o meu sucesso e minha fama, que eu quis, quis isso para ser amado. Eu queria que as pessoas me amassem, que me amassem de verdade, e eu realmente me sentia amado. Eu sabia que tinha uma habilidade. Talvez, se eu refinasse mais a minha arte, as pessoas me amassem mais. Eu só queria ser amado porque eu acho importante ser amado e dizer às pessoas que você as ama; olhar nos olhos delas e dizer isso” (BOTEACH – 2009).

E conseguiu ser amado da forma que desejava, porque quem planta amor, colhe amor. Michael só colheu de seus fãs o que plantou no coração deles: amor incondicional.

Junto com Michael, fãs foram ao êxtase e ao inferno, experimentaram a magia divina dos palcos, o inferno da mídia criminosa e a maratona dos tribunais. Fãs de Wacko são wackos: nenhuma crítica perversa, nenhuma peja, nenhum deboche, nenhuma acusação descabida arrefeceu o fogo do amor dos amantes. Se ser fã de Michael é ser louco, então são loucos com orgulho e com prazer. Eles sabem que amam e ele sabe que é amado, sabe que pode confiar nesse amor, sabe que pode contar com esse amor. Aconteça o que acontecer, quando acontecer, onde acontecer e como acontecer, eles sempre estarão lá por ele; fiéis escudeiros.

Fãs de Michael acampam nos portões de Neverland, nos portões de Encino, nos portões de onde quer que ele esteja. Que importam o frio ou a chuva? Que importa o cansaço do atribulado dia ou da viagem desgastante? Afinal, uma hora ele aparece para um aceno de mão ou um rápido bate-papo. Fãs de Michael atravessam a madrugada nos fóruns e nos chats de suas comunidades de relacionamento, à cata de notícias ou, com muita sorte, uma troca de gentilezas com o próprio ídolo. Verdadeiramente, ele se importa com eles.

Tem fã de 70, 60, de 50, de 40, de 30, de 20, de 15, de 10, de 5 anos de idade, porque Michael é atemporal. Sua arte não se encerra em uma época, antes de tudo, transcende a todas as épocas e rasga todas as fronteiras. E lá estão fãs nos cinco continentes do Planeta.

Fãs de Michael têm histórias para contar porque Michael desce do palco até eles, se mistura com eles, e a Lenda, de tão perto, se transforma em realidade.

Um caso de amor correspondido; isso sempre ficou claro na carreira de Jackson, porque Jackson tem gratidão. Em todas as suas falas, em todos os seus gestos, em todas as atitudes, um sentimento sincero de troca, de recompensa, de absoluto reconhecimento. Foi o artista que mais teve, no mundo, contato direto com seu público. Era uma empatia completa e recíproca. Michael respondia cartas, e-mails, mandava fax e telefonava para fã-clubes, comparecia a festas de fãs, teclava chats de suas comunidades na Internet para conversar com fãs do mundo inteiro, e bendisse o advento da informatização que lhe permitiu um contato mais próximo com uma parcela significativa de seus amados. Pessoalmente, se deixava ser tocado, abraçado, beijado; isso quando ele próprio não tomava a iniciativa e beijava fãs, às vezes, até mesmo nos lábios.

Jamais negou um autógrafo, jamais uma atitude grosseira, jamais uma resposta desrespeitosa. Se a distância era grande, um aceno de mãos ou um beijo jogado na ponta dos dedos; muitas vezes, bilhetinhos que voavam pelas janelas dos hotéis. Se próximo, um demorado aperto de mão, um abraço carinhoso, um beijo cálido ou um rápido selinho..., mas jamais o silêncio e a indiferença. “Para contratar seguranças, eu tenho que ter certeza de que são legais. Eles têm que ser cavalheiros. E todos eles sabem: se uma criança se aproximar, que não a afaste. Se uma criança se aproxima para pedir autógrafos, você estende o tapete vermelho em cortesia para ela. Todos eles sabem disso”.

No conforto de sua suíte nos hotéis, Michael dormia ao som do murmúrio de centenas de fãs acampados nas cercanias. Eles, de olhos grudados nas janelas do seu andar; ele, se emocionando com as vibrações de amor que lhe chegavam lá de fora. Frio, calor, chuva ou estrelas: nada os tirava de lá. Compadecido, Jackson pedia aos seus seguranças que comprassem centenas de pizzas e distribuíssem entre eles, para que, pelo menos, pudessem se alimentar.

Antes de dormir, um último aceno de mãos, o cartaz “I love you” mostrado pela janela... e o silêncio. O Rei repousa, os súditos velam. A madrugada se vai dando lugar ao sol, e eles ainda estão lá, com os olhos pregados na janela e as mãos amparando o coração. Mas não há nada que segure o grito quando uma fresta se abre e lá está ele... de pijamas para ficar mais íntimo, o cabelo em desalinho, o rosto desprovido de maquiagem: ali é o doce menino de Gary que se apresenta. Eles vão à loucura: tão simples e encantador... um Rei plebeu! “Eu amo meus fãs. Quero dizer, eu realmente amo e se eu pudesse responder a cada um deles eu faria. Eu assisto shows de outras celebridades na televisão e vejo como eles ficam tão loucos por fãs querendo falar ‘oi’ ou conseguir um autógrafo. Eles me fizeram! Então, eu posso dar-lhes dois minutos do meu tempo e um amistoso “Olá”, é bem a recompensa. Eu vivi a minha vida pelos fãs e eu vou morrer pelos fãs”. (entrevista ao apresentador americano Chuck Dakota – verão de 2008).

Caminhar entre eles é difícil, quase impossível, ainda mais quando nunca se nega um autógrafo. Ele pára a cada mão esticada com um caderninho ou um roto pedaço de papel. Michael... Michael... Michael... é a palavra mágica que ecoa de todas as direções, enquanto ele caminha. E o olhar responde a cada chamada, onde a voz não alcança; não são necessárias palavras.

Nas palavras de sua irmã La Toya, recordando os tempos jovens em entrevista à Louise Ganon, "As pessoas não percebem que Michael tinha um sentido de humor incrível. Ele adorava me chamar para sair com ele e ver seus fãs. Gostava de brincar de gato e rato com eles. Isso faz tempo, mas Michael sempre amou os fãs virem às centenas. Ele os amava. Ele os amava a persegui-lo pela cidade. Para ele, era divertido”.

Quando Oprah Winfrey entrevistou Michael, em 1992 e lhe perguntou como se sentia estando de pé, em frente a um mar de pessoas, gritando seu nome, ele respondeu: “Amo! Você sente muito amor, e me sinto abençoado e honrado em ser um instrumento da natureza que foi escolhido para lhes dar isso. Sinto-me honrado e feliz com tudo isso. [...] Eu amo o que faço, amo as pessoas que amam o que faço e amo ser amado. Eu apenas quero ser amado em qualquer lugar que eu vá, por todo o redor do mundo, porque eu amo as pessoas de todas as raças de coração, com verdadeiro afeto”.

Feridas profundas marcaram Michael em sua caminhada. Tristezas, solidão, a carência do amor paterno, a infância que nunca aconteceu... e só havia duas coisas que lhe eram bálsamos: os fãs e as crianças. Ele bebia nessas fontes de amor puro, incondicional e desinteressado, amor que cura, que regenera e que restabelece a luz, para seguir em frente e enfrentar a próxima batalha. Eles lhe davam sustentação espiritual e, mesmo sangrando, ele seguia em frente na sua missão. “Eu acho que a música e a dança me ajudaram muito, foi como terapia. Ser capaz de expressar seus sentimentos através de canções e suas emoções no palco, e ter todo esse amor milhares de vezes de volta dos fãs... Quero dizer, honestamente, que quando alguém vem até você e diz: ‘eu te amo tanto!’, isso faz meu coração se sentir tão bem! Eu nunca fico cansado disso”. (BOTEACH – 2009).

E Boteach questionou Michael sobre como ele se sentia quando um fã fanático levava a coisa longe demais: “Eu apenas amo isso. Eu apenas amo meus fãs. Eu amo cada pedacinho deles e o que faz meu coração feliz é quando eles apoiam as minhas crenças sobre família e crianças. Eles têm pôsteres de crianças e bebês, e eles estão comigo, eles entendem, sabe? Eles entendem o que eu digo”. E se os fãs o amavam porque ele sabia cantar e dançar, ou tinham um amor incondicional: “Eu acho que depois que descobrem quem eu sou e como eu os vejo, e como os faço se sentirem bem, eles me amam incondicionalmente. Eu sei que amam... Eu sinto isso, eu vejo isso. É inacreditável, é como uma experiência religiosa. Eles dormem nas ruas, seguram velas e ficam lá com suas famílias... é lindo! Eu amo ver as crianças chegando, isso me faz tão feliz!” E por que os fãs de Michael Jackson são tão fanáticos, tão duráveis: “Foi-me dado o dom por Deus e eu não tenho sido o tipo de artista ‘hoje aqui, amanhã se foi’, e isso permite que as pessoas, o público cresça comigo. Quando crescem comigo, é mais um contato emocional e eles se sentem ligados a mim como se eu fosse um irmão. Eu tenho pessoas que vêm até mim e dizem ‘Michael’!, e começam a conversar, me agarrando como se eu fosse um irmão. E eu ajo como se fosse mesmo, sabe? Você deixa a coisa ir. Eles realmente sentem que você pertence a eles. A minha vida toda eu os tenho conhecido e tenho que deixar a coisa seguir. Por que eu estou nas paredes deles, eles me ouvem pela manhã, e há fotos em todos os lugares. É como um templo e alguns religiosos dizem que é idolatria, mas eu não acredito que seja.”

Transformado em celebridade, em ícone mundial, os desavisados escandalizam-se e enternecem-se ao encontrá-lo comum, simples e caloroso de fazer chorar. “Mas como? Eu não sabia que você era assim tão legal!”. E a magia acontece. Impressionados, desconhecidos se tornam admiradores, admiradores se tornam fãs e fãs se tornam irmãos.

É o amor fazendo escola: “Nada bate a gentileza e o amor, eu acho. Simples assim!” – diz ele convicto. É Michael, simples assim! A sua grandeza está na sua simplicidade, que é emocionantemente assustadora. Amar você é tão simples e fácil que, por defesa e medo dos sentimentos, alguns preferem odiá-lo. O mundo inconsciente tem medo da sabedoria, da simplicidade, do afeto universal. Rechaçam, repelem e tentam destruir.

E o Rei plebeu tenta entender e definir seus súditos: “Há dois tipos de fãs. Os que dizem ‘oh, meu Deus! Oh, meu Deus!’ e desmaiam. E há o outro tipo que diz ‘oi!’ e eu respondo ‘oi, prazer em conhecê-lo! Qual é o seu nome?’ Eles dizem o nome e começam a chorar”. Emocionados, eles se vão, amando Michael mais do que quando chegaram. Depois dali, ele os tem para sempre.

Mas houve momentos em que o gentil e doce Michael encontrou uma multidão pela frente e nunca foi fácil administrar isso. Maduro e sereno, simplesmente entendia e atendia, mas, ainda criança, ficava apavorado. Apaixonados e enlouquecidos de felicidade, fãs transformavam-se em uma turba incontrolável. No afã de tocar o ídolo exposto, eles agarravam, puxavam as roupas, arrancavam relógios, puxavam os cabelos, quebravam objetos e vitrines, se o encontravam em uma loja. Não foram poucas as vezes em que Michael caía e ganhava cicatrizes.

Eles não percebem que podem te machucar por amor – justifica Jackson – As intenções são boas, mas posso afirmar que machuca ser cercado assim. Você sente como se fosse ser sufocado ou decepado. Tem mil mãos te agarrando [...] ainda tenho cicatrizes e me lembro em que cidade arranjei cada uma delas. Mais prá frente, aprendi a correr e proteger os olhos durante um confronto emocional desse tipo. Eu sei que os fãs têm boas intenções e eu os amo por seus entusiasmos e apoio, mas cenas de tumulto dão medo. (JACKSON-1988).

“Eu não gosto de quebrar corações," ele disse solenemente e tímido, arrumando seu corpo no sofá. "Eu não conheço essas pessoas e, Deus, é uma coisa estranha. "Isso, eu acho, é a parte estranha do show business. Você retrata uma imagem. E estas pessoas conhecem você há tanto tempo, comprando seus discos! Você está nas paredes delas. Elas acordam vendo você. Elas acordam pensando em você. Você está totalmente na mente delas. E quando elas conhecem você pessoalmente, sentem como se já o conhecesse há um longo tempo. Mas eu não as conheço. Sabe, esta é a parte dolorosa do show business - quebrar corações. Você sabe o que isso faz a elas? Deus, algumas delas chegam ao ponto de cometer suicídio porque levam tão a sério! Isto é o que eu não sei como lidar.” [...] Pela plateia feminina jovem, ele teme em especial. Sobre elas, ele diz: "Você tem de ser cuidadoso porque, às vezes, o amor pode reverter contra você. Elas sentem que não podem te ter e chegam ao ponto de planejar e fazer coisas terríveis para te machucar. Esse é o porquê é tão importante ser gentil, mas, sinceramente gentil." (Johnson - 1979)

Mas a maturidade o fez compreender o fenômeno e entender que o seu trabalho proporcionava tanta alegria, tanto escapismo das mazelas da vida que ele se sentia feliz, mesmo em meio àquela confusão.

A momentos de real perigo somam-se momentos de grande emoção e compensação de tudo que doeu. Michael se lembra de estar numa varanda de hotel com vista para uma grande área, um parque, onde havia muitas pessoas. De repente, alguém o reconheceu e gritou seu nome. Logo em seguida, centenas de pessoas começaram a gritar “Michael! Michael!” e parecia um coro. Um coro que aumentava, aumentava, até que Michael acenou para eles e a gritaria foi geral. “Ah, isso é tão lindo! Todo o trabalho que depositei em Thriller, meus prantos e crenças em meus sonhos e trabalhar nas canções quase dormindo ao lado do microfone de tanto cansaço, tudo era recompensado por essa adoração”.

Essa mesma paixão fez homens e mulheres se juntarem em um coro uníssono, que não conhece nem machismos nem feminismos. São apenas humanos. Ao longo dos anos, Michael podia ouvir o grito “eu te amo” de bocas femininas e masculinas com a mesma intensidade, e não eram somente as garotas que o perseguiam por quilômetros até conseguir um autógrafo ou um abraço. Mas Jackson só admite uma diferença: “Elas são mais leais. As mulheres têm sido mais leais comigo. São ativistas. Elas brigam com você por minha causa!” No comentário de David Nordahl[1] fica claro que Michael sempre teve consciência das especificidades das fãs mulheres: “Ele costumava dizer que poderia enganar a todos com seus disfarces, exceto as mulheres. Elas sempre reconhecem o seu caminhar”.

Acertou, Michael, brigam mesmo! Brigam por você e com você por um mundo melhor e mais humano. Elas vestem a camisa mesmo, sem medo, sem sentir vergonha... elas acreditam, elas enfrentam, elas investem e fazem acontecer. As portas da Corte de Santa Maria foi palco da maior demonstração desse “vestir a camisa e confiar, mesmo que tudo pareça contra”. Elas se entregam, eles também... todos por um único amor: Michael Jackson. Ele fala, eles repetem. Ele bate os pés no chão, eles o imitam... mais parece um terremoto. “Ah! É uma sensação maravilhosa fazer isso com as pessoas – estádios lotados – e todos fazendo o que você faz. É a maior sensação do mundo. Você olha para o público e vê crianças e adolescentes, e avós, e pessoas com vinte ou trinta anos. Todos estão com as mãos levantadas e cantando. Você pede para as luzes da casa iluminarem para ver o rosto deles e diz ‘deem as mãos’ e eles fazem, ou então ‘de pé’ ou ‘batam palmas’ e eles fazem. Estão se divertindo e farão o que você pedir. Eles adoram e é tão bonito – todas as raças juntas fazendo isso. Nessas horas eu falo ‘olhem a sua volta, olhem vocês, olhem! Olhem o que vocês fizeram’. Ah, é tão lindo! Muito forte, momentos maravilhosos.” (JACKSON-1988).

Mas Michael também briga por eles. Bob Jones[2] conta que o astro demitiu de sua equipe todas as pessoas que de alguma forma tentaram tirar vantagem dos fãs. Ele não tolerava qualquer abuso.

Encontrar Michael no palco é extremante emocionante, mas é normal, é previsível. Há gritos, há choros, há desmaios... tudo normal. Anormal é vê-lo na sua frente, sem luzes e brilhos, totalmente comum. Isso choca, paralisa, quase desespera. Durante a turnê Victory, Michael conta que teve sua primeira chance de se expor aos fãs. Ele queria proximidade, mas testemunhou reações estranhas dos seus amados-amantes. Andando pelos corredores, as pessoas ficavam estupefatas: “Não, não pode ser ele. Ele não viria aqui”! E Michael pensava intrigado “Por que não? Eu estou no planeta, em algum lugar; por que não aqui?”. Percebeu que algumas pessoas o veem como uma ilusão, alguém que não existe no mundo real, uma espécie de aparição miraculosa, como se não fosse um ser humano igual aos demais. “Eles perdem a noção de que você é que nem eles porque estão muito empolgados. Mas eu compreendo porque eu sentia a mesma coisa, por exemplo, quando conheci Walt Disney ou Charles Chaplin”.

Brasil. E os fãs brasileiros? Três vezes no Brasil, a primeira ainda tão menino. Turnê solo, somente a Dangerous esteve aqui e somente São Paulo a viu. O incidente doloroso com um garoto atropelado por um carro da sua segurança (porque não houve segurança suficiente no local) deixou Michael tão chateado que só saiu do hotel para visitar o garoto no hospital e fazer os shows. Na madrugada, longe da multidão, ele foi ao Play Center com as crianças que o acompanhavam na turnê. Mas Michael se esbaldou no Brasil quando veio gravar o curta metragem They don’t care about us, em 1996. Subiu o Morro Dona Marta, no Rio de Janeiro, com a disposição de um garoto e a gentileza de um lord. Sentiu-se em casa caminhando a pé pelo Pelourinho, em Salvador; queria ver os fãs de perto. Viu e sentiu a vibração do amor. Ao som do Olodum, misturou-se a eles, abraçou, deu autógrafos, dançou, brincou e deu muitas gargalhadas, encantando a todos. A batida do reggae entrou no sangue e ele se entregou de corpo e alma... nunca pareceu tão leve e feliz. Apaixonou-se: “É maravilhoso, as pessoas são tão doces, e eles ficaram tão felizes em me ver. Sabe, eles estavam tomados por uma euforia, e eu estava feliz por estar lá por eles. Eu queria poder fazer mais... me sinto mal por não fazer o suficiente, realmente me sinto”.

Em entrevista ao apresentador americano Larry King, Miko Brando, filho de Marlon Brando e amigo de Jackson define bem essa relação de loucura recíproca: “Ele amava seus fãs. Eu tenho convivido com um monte de grandes astros do cinema, mas os fãs de Michael são mais do que fãs. Ele sabia que os fãs tinham feito ele. [...] Todo lugar aonde ele ia, os fãs estavam lá. Ele me dizia que os fãs sempre sabiam o que ele estava fazendo. Eu não acho que alguém tenha tido fãs como os dele.”
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[1] David Nordahl, grande pintor americano, nascido em 1941, que trabalhou com Jackson de 1988 a 2005.

[2] BOB JONES, vice-presidente da MJJ Productions

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DIREITOS AUTORAIS

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sábado, 15 de maio de 2021

 “NADA DO QUE ELE FEZ FOI POR ACASO”

 


MICHAEL BY PEOPLE

 Alicia Wallace (Jornalista britânica):

“Michael Jackson conhecia o seu público. Ele usou a música como um veículo para compartilhar a sua paixão — paz e amor. Ele usou a sua música para despertar a consciência social dos seus fãs. Nada do que ele fez foi por acaso, mas foi bem trabalhado e executado”.


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Depois da fase norte-americana da Bad Tour​, Michael Jackson​ a foi para a Europa com o concerto de abertura em Roma (Itália) em 23 de maio de 1988.

Poucas horas antes do show começar, Michael saiu furtivamente do hotel onde estava hospedado para andar pelas ruas, sozinho. Isto criou um pânico entre a sua segurança. Michael foi encontrado, em seguida, retornando ao hotel por conta própria, em um táxi.


Fonte: mjbeats.com.br  *  reidopop.com

 

 


sábado, 8 de maio de 2021

 MICHAEL COMANDA

A TRANSFORMAÇÃO

 

 

"Quanto mais velho fico, mais me impressiona a fragilidade e incerteza de nosso conhecimento e tanto mais procuro refúgio na simplicidade da experiência imediata para não perder o contato com as coisas essenciais, isto é, as dominantes que governam a existência humana [...] É bem possível que estejamos olhando o mundo do lado errado e que poderíamos encontrar a resposta certa, mudando nosso ponto de vista e olhando o mundo pelo lado correto, isto é, não pelo lado de fora, mas de dentro." (Karl Jung)

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Resistentes à evolução, por causa dos egos, nós somente mudamos o rumo da vida quando chegamos no limite do sofrimento. Cansados de apanhar sem entender porque, desiludidos de tudo, com um sentimento de solidão esmurrando o peito... só assim consentimos abrir a guarda e permitirmos a saída de Deus, da centelha divina que nos habita... essa Luz que nos anima o invólucro humano e que alguns de nós chamamos Alma e outros chamamos Essência. Não importa o nome, importa a compreensão.

A Humanidade passa por um profundo momento de extremos, onde os cegos espirituais se afundam na materialidade, na degeneração generalizada, na involução sem controle; e onde os que já vislumbram um pouco de Luz correm desesperados atrás de um outro sentido para a vida, uma outra explicação de tudo que existe... é a espiritualização do Planeta e sua raça remanescente.

Reportando-me ao artigo "O Homo-Sapiens está em extinção", publicado no site "Somos Todos Um" (http://somostodosum.ig.com.br/), nossa pseudo-sabedoria, nossas ilusões mundanas não conseguiram destruir o Conhecimento profundo que as civilizações milenares exerciam com largueza, e está sendo levado adiante "por seres capazes de transpor as múltiplas dimensões do Universo, seres livres de condicionamentos religiosos, de dogmas, de culpa. Seres em sintonia total com a Unidade, a verdade, a alegria, a simplicidade, o amor incondicional, que vivem em harmonia com a Natureza, com profundo respeito, admiração e gratidão com a nossa Mãe Terra."

Vocês conhecem alguém assim?

Michael está fazendo conosco internamente o que Joe Jackson fez com ele externamente. Ele está nos sedimentando força, resistência, criando defesa (pele de rinoceronte); está surrando nosso inconsciente para abrir brechas na couraça da mente e possamos florescer, dar passagem à Luz; possamos sentir e ouvir nossa alma. Ele está nos fazendo fortes o suficiente para que nada nem ninguém no mundo possa nos atingir, nos iludir e nos derrubar. Não que o mundo vá deixar de nos bater e tentar nos roubar a mente; nós é que não permitiremos mais sermos manipulados, iludidos e tragados pela tagarelice terrena.

Nossa alma estará ligada ao Divino, às esferas de dimensões superiores, como ele está e sempre esteve. Michael passou por sua prova de fogo - o fogo que depura -, nós a estamos passando agora. E o Amor que se desenvolverá dentro de nós, em contato com a Verdade (deidade), será tamanho que seremos capazes de abraçar o mundo. Mas o faremos por nós mesmos, por um apelo interno próprio e não porque Jesus mandou, ou porque Michael falou. Precisamos desenvolver nossa identidade cósmica (interna), independente de termos ou não Grandes Seres ao nosso lado para nos guiar. Um dia, também nós seremos guias.

Estamos em meio a um brutal e urgente processo de evolução espiritual. Ou abrimos nossa mente agora ou seremos tragados pelos raios de Alcione. Não haverá mais lugar na Terra para os cegos espirituais. Estamos sendo submetidos por Michael a uma enxurrada de "escapismos", de tagarelice humana, um verdadeiro terremoto de contradições, falsificações, medos, incertezas e angústias, para medir até que ponto ainda estamos iludidos, até que ponto ainda somos manipuláveis e suscetíveis, até que ponto a mente ainda nos governa e amordaça a alma.

Michael é uma tempestade divina enviada para mudar o rumo dos nossos pensamentos, sentimentos e atitudes, com o propósito de estarmos aptos a habitar a nova Era do Planeta.


Mesmo os que ainda estão atados ao burburinho terrenal, eu convido a silenciar um pouco a mente, a mergulhar na quietude da alma e tentar submergir mais lúcido e fortalecido: invencible, unbreakable... Façam valer à pena o esforço do nosso Mestre-Menino.

Sigam a LUZ, sigam a Luz de Michael, tentem enxergá-lo como verdadeiramente ele é, e terão a grata surpresa de descobrir Quem ele é.

 

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sábado, 1 de maio de 2021

 "ELE ERA UM GRANDE PAI"

 

 

 MICHAEL BY JACK WISHMA

Jack Wishma foi um empresário norte-americano no ramo do showbusiness, morto em novembro de 2012.

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Estou procurando (por Michael) ao redor da casa, vou até o quarto principal e não há nenhum colchão na cama. Eu vou para o outro quarto, também não há colchões na cama. Eu, finalmente, abro uma sala que estava desocupada, e todos os colchões estão no chão, alinhados, para Michael poder dormir lá, com seus três filhos. Eles podem brincar. Eles podem saltar para cima e para baixo, e todos podem ficar juntos.

Assim era Michael. Ele se sentia muito confortável neste ambiente. Ele amava aquelas crianças mais do que qualquer outra coisa no mundo. Ele era um grande pai.

Eu sempre disse que Michael era muito criativo, tremendamente criativo em um dos lados de seu cérebro. Por outro lado, ele sempre parecia ter treze anos. Ele era apenas uma criança em seu coração.

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Fontes: http://vindicatemj.wordpress.com
http://cartasparamichael.blogspot.com


AMOR INCONDICIONAL