A CONSPIRAÇÃO
ACUSAÇÕES DE ABUSO SEXUAL E A Inocência Proclamada
NOT GUILT! NOT GUILT! NOT GUILT!
Dez vezes, inocente. Esse foi o veredito de um julgamento
injusto, sem provas – ou melhor – com provas forjadas e testemunhas falsas.
Assim
como Wesley Snipes, em um universo de dezenas de artistas famosos sonegadores
de impostos - todos eles brancos - foi o único a ser condenado e preso para
servir de exemplo, também Jackson o seria. No fundo de tudo: racismo. Imagine o
negro Jackson ser mais famoso e mais milionário do que o branco Elvis
Presley... uma afronta à casta.
O
racismo é a mais perversa expressão de ignorância de que o mundo padece. É um
cancro difícil de ser extirpado... e em uma sociedade que, supostamente, é
superdesenvolvida. Aí, eu repito, que intelectualidade não é sinônimo de
sabedoria, muito menos de evolução humana.
Os
grandes cânceres da humanidade parecem ter-se juntado ao redor de Michael,
farejando uma oportunidade de sair ganhando: a falsidade, a ganância, a inveja,
o oportunismo daqueles que fingiam amá-lo para apunhalá-lo pelas costas logo
depois. Lobos em pele de cordeiro. “Michael
tinha cerca de 50 a 60 tentativas de extorsão por ano. A maioria de
paternidade: mulheres alegando que ele era pai de seus filhos; ou sobre música,
direitos autorais...” (David Nordahl). Juntem-se aqui os empregados que ele
pegava roubando, os demitia e era processado por eles. A maior estrela do
Planeta também bateu recorde de processos judiciais.
As
acusações de abuso de menores foram a maior aberração judicial que os Estados
Unidos já inscreveu na sua história. Uma nítida arapuca foi muito bem armada e
engendrada por mentes doentias e perversas. Transcrevemos abaixo um estudo
feito pelos integrantes do site: http://www.mjjr.net,
em que traçam um paralelo entre os elementos das acusações ocorridas em 1993,
com as ocorridas em 2003. Personagens de 1993 encontram-se novamente em 2003,
num jogo de interesses que visava única e exclusivamente aniquilar Jackson e
invalidar sua missão.
O PROJETO VERITAS:
Os principais intervenientes no processo Michael Jackson:
Sneddon e os Chandlers:
(1) O promotor Tom Sneddon,
que tentou trazer acusações contra Michael Jackson em 1993 e que agora está
processando o caso atual contra o astro, estudou na Faculdade de Direito de
Santa Bárbara. Ray Chandler (2-3), o tio do menino que acusou Jackson de
abuso sexual em 1993, estudou Direito na mesma Faculdade de Direito de Santa
Barbara, e atualmente é um advogado imobiliário.
(4) Dave Schwartz, o padrasto
do primeiro acusador de Jackson, é o fundador do Rent-a-Wreck, uma agência de
aluguel de automóveis, que é representada pela empresa de relações públicas
Tellem. Depois que Jackson foi preso em 2003, a Tellem ofereceu os seus
serviços, de graça, a Tom Sneddon.
O ex-advogado dos
Chandlers e sua capacidade de encontrar "vítimas"
(5) O advogado civil Larry
Feldman, representando Jordan Chandler, o garoto que acusou Michael Jackson de
abuso sexual em 1993 (6), enviou Jordan Chandler para consulta com o
psiquiatra Stan Katz para uma avaliação.
(7) Em 1993, a ex-empregada
de Jackson, Blanca Francia, foi depor com o advogado civil Larry Feldman a
favor de Chandler, na ação judicial contra Jackson. No depoimento, Francia
alegou ter visto Jackson agir de forma inadequada com outras crianças,
incluindo seu próprio filho. Mais tarde, ela retratou estas declarações, mas os
membros do gabinete do procurador do distrito frequentemente referem-se ao
filho de Francia como uma suposta vítima de Jackson.
Após entrar em contato com
Larry Feldman, (8) John Arvizo acusou Michael Jackson de abuso sexual. O
menino foi então enviado para consulta com o Dr. Katz (9). Note-se que
menos de quatro meses antes, Arvizo e sua família tinham defendido com
veemência Jackson, em numerosas ocasiões.
Feldman não é o único
ex-advogado de Chandler que parece não conseguir ficar longe do caso Jackson. (10)
O primeiro advogado dos Chandlers, Allred Gloria, também fez a sua missão de
vida a procurar outros acusadores. Temos certeza de que seus esforços são
exclusivamente motivados pela justiça e não têm nada a ver com o corte do
assentamento que ele iria, inevitavelmente, receber se um de seus clientes
obtivesse êxito em processar Jackson.
(11) Em fevereiro de 2003,
depois de ver um documentário que coloca um giro sinistro na relação de Jackson
com Arvizo, Allred contactou Tom Sneddon e exigiu que ele investigasse o
artista. Ao mesmo tempo, a psiquiatra Carole Lieberman também apresentou uma
denúncia contra Jackson. Sneddon respondeu às reclamações de Allred e
Lieberman, afirmando que, embora ele levaria o assunto a sério, não poderia
reabrir o caso de Jackson, sem uma vítima cooperativa.
Meses mais tarde, Gavin
Arvizo disse a Larry Feldman que Michael Jackson abusou sexualmente dele. Mais
uma vez, Allred perdeu a oportunidade de representar um acusador contra
Jackson. Quanto à Lieberman, ela fez questão de anunciar em seu site que era a
primeira psiquiatra a exigir que Jackson fosse investigado.
(12) Não deve ser levantado
por um Feldman e Katz, Allred e Lieberman uniram-se em outra colaboração - um
acusador chamado Daniel Kapone. Depois de ser tratado pelo Dr. Lieberman,
Kapone de repente se lembrava de ter sido abusado por Jackson, quando ele tinha
apenas três anos. Uma vez que Lieberman ajudou a recuperar suas "memórias
reprimidas", Allred assinou como seu advogado. Infelizmente para Allred e
Lieberman, mais tarde foi provado que Kapone nunca tinha sequer conhecido
Michael Jackson.
1993 - A Mídia
(13) Durante o processo de
1993, muitos dos ex-empregados de Jackson ganharam dinheiro com a venda de
histórias picantes para a mídia. O oportunista mais visível, a partir do caso
de 1993, foi a referida Blanca Francia, ex-empregada de Jackson. Ela vendeu sua
primeira história a Diane Dimond, durante uma entrevista ao Hard Copy e depois
colaborou com o jornalista chileno Victor Gutierrez em seu livro: Michael
Jackson foi meu amante.
(14) Além de fornecerem Blanca
Francia como uma plataforma para suas histórias sensacionais, Gutierrez e
Dimond tinham outra coisa em comum: eram ambos autuados por Jackson pela
propagação de uma história falsa sobre ele, em meados dos anos 90. Durante uma
entrevista ao Hard Copy, Gutierrez disse ter visto um vídeo de Jackson
molestando um dos seus sobrinhos; Dimond depois repetiu a sua história em uma
estação de rádio local. Acabou por ser comprovado que não existia fita alguma e
Jackson abriu um processo contra Gutierrez e Dimond por difamação de caráter.
2003: A Mídia
Enquanto a grande mídia
tem sido irresponsável em bloco em sua cobertura do caso Jackson, a NBC parece
particularmente ter a intenção de arruinar a reputação do astro, contratando
vários conhecidos detratores de Jackson para cobrir o caso. Essas pessoas, que
querem ter um machado para moer os miolos de Jackson, espalharam falsos rumores
sobre ele no passado ou têm ligações com o escritório da Santa Barbara District
Attorney's. Deem uma olhada:
(15) Apesar do fato de Jackson a ter processado por
espalhar uma história falsa sobre ele de maneira irrefutável, a NBC contratou
Diane Dimond para cobrir o caso de Jackson, em 2003. (16) Dimond também
é certo que recebe informações do escritório do procurador da República e tem
havido muita especulação sobre a natureza de seu relacionamento com Tom
Sneddon.
(17) Tim Russert, o vice-presidente sênior da NBC
News, é casado com Maureen Orth, uma jornalista que já escreveu três artigos
caluniosos sobre Jackson para a revista Vanity Fair. Dois desses artigos foram
escritos sobre o caso e estavam cheios de meias verdades e boatos.
(18) NBC contratou Jim Thomas como analista especial.
Jim Thomas é reconhecidamente um bom amigo de Tom Sneddon.
(19) NBC produziu dois “salacious specials Dateline NBC” sobre o caso de Jackson. A mais
recente manchete de uma entrevista com Jim Thomas e Ray Chandler foi fortemente
inclinada a favor da versão da promotoria de eventos. (20) O especial
foi produzido por ninguém menos que Victor Gutierrez, que foi contratado pela
NBC para cobrir o caso de Jackson, embora ele ainda devesse a Jackson 2,7
milhões de dólares decorrentes de um processo de difamação de caráter que
Jackson moveu e ganhou contra ele. Conflito de qualquer interesse?
Gutierrez e os Chandlers
(21) Muitos especularam que Victor Gutierrez colaborou
com Evan Chandler, pai do primeiro acusador de Jackson, e escreveu “Michael
Jackson foi meu amante”. O livro contém fotografias pessoais da Jordan Chandler
e documentos do tribunal que só alguém diretamente envolvido no caso poderia
ter acesso.
(22) Victor Gutierrez e Ray Chandler recentemente
trabalharam juntos no especial Dateline NBC, que Gutierrez produziu.
Conclusão: É apenas uma coincidência que todas as pessoas
que acusaram Michael Jackson de agir de forma inadequada com crianças estão
conectadas umas com as outras? Todos os acusadores, cada profissional que
trabalhou com cada acusador, de todos os tabloides, hacker que relatou histórias negativas sobre Jackson. Literalmente,
todos os atores envolvidos, tanto no caso de 1993 como no caso de 2003, são
relacionados um com os outros.
Foi uma conspiração? Sim,
foi uma conspiração!
Leia a história completa:
Parte 1: http://mjjr.net/content/mjcase/part1.html
Parte 2: http://mjjr.net/content/mjcase/part2.html
Parte 3: http://mjjr.net/content/mjcase/part3.html
Parte 4: http://mjjr.net/content/mjcase/part4.html
Grande advogado que defendeu Michael com
brilhantismo à época confirma o crime moral que cometeram contra o astro. Tom
Mesereau, 60 anos, sempre acreditou em vitória no caso.
Eu
pensei que estávamos vencendo o tempo todo [...] As montanhas foram feitas de
copos d’água e o caso foi caracterizado por um choque de crise e confusão.
[...] Michael foi muito bondoso, gentil, artista sensível, intuitivo, que
realmente acreditava que poderia curar o mundo de alguma maneira positiva.
Atraiu um aproveitador atrás do outro. Havia a solidão, o isolamento, a
desconfiança... O mais cruel de tudo foi levar as crianças a se voltarem contra
ele.
Em
2009, após a “morte” de Jackson, os arquivos do FBI que contêm a íntegra do
processo foram finalmente abertos ao público. Lendo o calhamaço de páginas fica
nítida a intenção de Tom Sneddon e sua equipe – incluindo aí a mídia perversa e
manipuladora, porque ficou provado que Diane Diamond comprou testemunhas para
acusar o astro em seu programa de TV – que era a de triturar Michael Jackson.
Não
menos, o próprio Tom Sneddon usou desse artifício para obter provas contra
Michael a qualquer custo. Convocou e intimidou amigos de Michael para deporem
pela acusação, inclusive Debbie Rowe – ex-esposa de Michael – e o ator Chris
Tucker, amigo íntimo do astro.
Ao ser interrogada pela defesa, Debbie Rowe
conseguiu superar Cynthia Bell no quesito testemunha de acusação que se torna
estrela da defesa. Analistas chegaram a dizer que seu depoimento poderia ser
usado como discurso de encerramento dos advogados de Jackson. Rowe descreveu
Jackson como a vítima de “urubus oportunistas”, sendo estes justamente
os alegados co-conspiradores Marc Schaffel, Dieter Wiesner e Ronald Konitzer.
Segundo Debbie, estas pessoas teriam a intenção de usar Michael, ganhando
dinheiro com seus problemas. Neste sentido, o depoimento dela reproduziu
declarações de Ann Kite (Gabriel), outra testemunha da acusação que,
entretanto, retratou Jackson como, ele sim, a vítima dos ‘co-conspiradores’.
Debbie não poupou nem mesmo Mark Geragos, primeiro advogado do cantor no caso,
que, segundo ela, teria feito um trabalho horrível. Embora tenha se referido ao
ex-marido como um “homem de negócios brilhante”, ela também disse que
ele é facilmente manipulável, especialmente quando está assustado.
Debbie chegou a se referir a Marc Schaffel com um
palavrão, desculpando-se com a Corte logo em seguida. Na oportunidade, ela
explicou as fotos em que aparecia almoçando com Schaffel. Ela acusou o homem de
ter feito o convite e plantado os fotógrafos para mandar um recado a Jackson: “estou
com sua ex-mulher”, justamente no dia em que ele tinha uma importante
reunião de negócios da qual Schaffel havia sido excluído.
Além de dissociar Michael dos co-conspiradores,
Debbie repetiu na Corte todos os elogios que fez ao ex-marido no chamado
‘documentário resposta’. Ela disse que ele é um pai maravilhoso e uma pessoa
amorosa. Parece unânime a opinião dos presentes de que Debbie continua
apaixonada por Michael. Em um ponto, ela chorou ao dizer que “há dois
Michaels diferentes: há o meu Michael e o Michael que todos os outros veem”.
O líder da defesa, Thomas Mesereau, chegou a perguntar como ela se sente a
respeito de Michael agora: “eu sempre o considerei meu amigo”.
Uma prova do quanto o depoimento de Debbie foi
positivo foi a declaração de Mesereau ao encerrar seu trabalho com ela: “Eu
não tenho mais perguntas, Excelência, e eu retiro a moção para excluí-la como
testemunha”. Também houve um momento de afeto entre Michael e Debbie.
Embora não possa haver comunicação entre os dois, antes
do início do depoimento, Debbie olhou para Michael, que estava sentado de
frente para ela e de costas para o auditório e para os jornalistas, e disse: “eu
estou bem”; ficou claro que ele havia perguntado em um sussurro como ela estava.
Debbie, já durante o depoimento, também perguntou a Michael em qual turnê ela
havia viajado com ele pela primeira vez. Quebrando a regra, ele respondeu que
tinha sido a turnê de Dangerous.
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Janet Arvizo |
Além disso, e do fato dos Arvizo's insistirem em
dizer que Tucker era um irmão para eles, o que soou exagerado para o ator,
outro episódio que trouxe desconfiança foi a pressão para a doação de um
automóvel, o dele próprio. Tucker contou que Gavin constantemente lhe pedia as
chaves do carro e isto teria começado a lhe dar nos nervos.
Talvez o ponto mais importante do depoimento de
Tucker tenha sido sua narração dos fatos cercando a viagem da família Arvizo ao
encontro de Jackson em Miami, no início de fevereiro de 2003. As alegações
dizem que Jackson insistiu até convencer a família a fazer a viagem, dando
início a uma conspiração para forçá-los a colaborar com a campanha de relações
públicas que limparia sua imagem após a polêmica resultante do documentário Living
With Michael Jackson. Tucker disse aos jurados que os Arvizo's entraram em
contato com ele no dia 04 de fevereiro e conseguiram fazer com que ele os
levasse para Miami no dia 05. Chegando lá, Tucker que, além de suas
experiências próprias, teria ficado alarmado ao ver os Arvizo's tratando
Jackson por "pai", quis falar em particular com o cantor para
alertá-lo sobre o perigo com a família. Tucker ainda contou que bateram
insistentemente à porta enquanto ele tinha tal conversa com Jackson. Ele supõe
que seria Janet Arvizo, pois diz ter percebido que ela se esforçava por não o
deixar sozinho com Jackson. Registros telefônicos mostram que, de fato, os
Arvizos fizeram várias ligações para Tucker no dia 04 de fevereiro.[1]
O julgamento:
Dor e injustiça que se arrastaram até 15 de junho
de 2005. Durante todas as audiências, Michael permaneceu impassível, expressões
quase que inalteráveis, ouvindo toda sorte de absurdos sobre si. À primeira
vista, para quem não o conhece, aparentava frieza. Mas o que existiu ali foi
confiança em Deus; uma fé inabalável de que, inocente, nada deveria temer. A
força mental de Jackson o manteve de pé, mesmo quebradiço, de tão magro. Ele
parou de comer. Em todas as suas angústias e pressões, Michael parava de comer;
a garganta se fechava e como ele não tem gordura no corpo, este secava e perdia
peso vertiginosamente. A fé, os filhos e os fãs foram os sustentáculos
energéticos daquele embate interior. Ele venceu; o Amor venceu e Michael
prosseguiu firme até o dia do veredito.
Quando Jackson deixou seu rancho a caminho da
Corte, passou entre uma corrente de empregados, que se deram as mãos, e por
milhares de faixas e cartazes que os fãs deixaram visíveis nas estradas de
Santa Bárbara. O Amor estava impregnado na atmosfera do Condado, sustentando a
fragilidade física de Michael. Compenetrado, altivo e confiante ele
cumprimentou os fãs que lotavam a porta e as cercanias do Tribunal e adentrou
ao recinto, onde seria decidido o seu destino.
A família Jackson, todos abraçados em uma corrente,
vibrava a cada not guilt pronunciado. Michael permaneceu o tempo todo de
mãos dadas com Tom Mesereau e pouca reação esboçou, com exceção de uma lágrima
furtiva que rolou ao ouvir o segundo not guilt, pois era o quesito mais
importante e dele demandaria todos os demais. Dali, Michael já podia vislumbrar
a sua absolvição. Foi o bastante também para Susan Yu, assistente de Mesereau,
cair em prantos. Jackson só deu vazão às lágrimas quando, ao final da negativa
de todas as acusações, Mesereau apertou forte sua mão e disse-lhe: “acabou”.
Katherine Jackson, o pilar de sustentação de
Michael, esteve ao lado do filho em absolutamente todas as audiências. À
leitura do not guilt para a última das dez acusações, Kathe caiu em
prantos e precisou ser amparada pelos demais filhos. Joe Jackson, o durão Joe
Jackson, permaneceu calado, nem uma lágrima, mas as mãos nervosas apertaram-se
uma na outra, como em oração. Os irmãos sorriam entre lágrimas. Com todos os
problemas naturais de uma família normal, os Jacksons demonstraram ao mundo o
que significa união.
A oitava jurada, Susan Derr Drake, de 42 anos,
chorou durante a leitura do veredito, comovida com uma situação tão triste e
que, para ela, não houve vencedores. Para ela, a decisão não foi difícil: “Para
mim, esse caso estava cheio de problemas. Cronologia, inconsistências nos
testemunhos, desejo de ganho financeiro e revanche. A credibilidade e a dúvida
razoável foram nossos focos.” Melissa Heard e Tammy Bolton, também juradas,
não têm dúvidas da absoluta inocência de Jackson com relação às acusações. “Eu
deixaria meus filhos visitarem Neverland”, afirmou Melissa.
“Você
está livre para ir”, foram as últimas
palavras de Rodiney Melville, o juiz, para Michael, que abraçou os advogados e
olhou para os jurados murmurando um sentido e sincero “obrigado”. Na
saída, os fãs em êxtase e já esvaídos de lágrimas, não mais choravam, sequer
gritavam; apenas cantarolavam as baladas de Jackson à sua passagem. Ele acenava
sem sorrisos, mas os fãs entendiam. A dor retesada por tanto tempo iria,
finalmente, se esvaziar.
O comboio de carros seguiu para Neverland, onde a
família rezou reunida. “A justiça foi feita”, concluiu Mesereau ao ser
abordado pela imprensa antes de deixar as cercanias do Tribunal. “O homem é
inocente, sempre foi”. Mesereau não poupou críticas à promotoria, que agiu
de forma desonesta na tentativa desesperada de jogar Jackson na cadeia. Ele
referiu-se a Tom Sneddon como “o mais sujo contra o qual já trabalhei em
minha carreira. Ele estava tentando levar este condado à falência para tentar
ganhar este caso.”
Ao chegarem ao rancho Neverland, os advogados foram
abraçados pelos filhos de Michael e ele, finalmente, estava tentando se
alimentar. Alimentar-se e esquecer todo o inferno do qual acabara de sair.
Pensar no futuro, ir-se em direção ao futuro; mais vivido, mais maduro, menos
confiante e ingênuo do que até então. O mundo não tem a bondade e pureza de
Michael; sequer a conhece. Ainda falta muita estrada na evolução para chegarmos
até o nível em que ele está. Mas ele continuaria sorrindo, continuaria cantando
e encantando, continuaria acreditando no amanhã. É a esperança e a fé por
natureza; ele as tem dentro de si, já como partes da sua estrutura essencial. “Obrigado
a minha família, aos meus amigos e meus fãs por todo seu amor e apoio. Eu
jamais me esquecerei. Eu amo todos vocês”.
Passaram-se os anos, veio o 25 de junho de 2009 e,
além da abertura dos arquivos do FBI, parece que as consciências começaram a
doer. Evan Chandler suicidou-se ou foi assassinado para queima de arquivo. O
Procurador do Estado de Los Angeles, William Wegener, em entrevista à Rede ABC News, no dia 19 de maio de 2010,
denuncia a conduta fraudulenta do promotor Tom Sneddon e a farsa para
incriminar Jackson a todo custo. Ele disse:
Tom
Sneddon falsificou provas no julgamento de Michael Jackson. Eu estava lá. Usou
impressões digitais falsas como prova, eles tentaram criar... era tudo
conspiração... Tom Sneddon tentou removê-las da lista de provas para ser
apresentado ao Tribunal de Justiça... A defesa, Tom Masereau, disse que
teria de permanecer, porque elas eram falsas... e o juiz disse “são provas e
devem permanecer”. Em seguida, o júri pôde ver que as provas foram
todas falsas e não havia nenhum motivo para condenar Michael Jackson.
Eu
o considerava um homem de respeito porque, obviamente, ele tinha conseguido a
prisão de muitas pessoas que realmente deveriam ir para a prisão... Mas o que
fez com Michael Jackson ultrapassa qualquer possibilidade de perdão.
Penso
que Tom Sneddon deve ficar preso muito tempo. Ele tem muito dinheiro para a
reforma, mas ele deve ser preso. Você não pode falsificar provas! Disse apenas:
“Oh, perdemos um caso!”, Nãooooo...
ele colocou as impressões digitais em um revista e as colocou na frente de um
juiz... e sabemos porque Masereau, da defesa, tomadas as transcrições de júri e
um dos jurados disse: “não deve ser esse
rapaz com luvas capaz de deixar impressões digitais?” e, então, terminar a
análise de dactiloscópicos. Como era possível que as impressões do rapaz
estavam sobre esse Jornal se o próprio testemunhou que ele já havia abandonado
Neverland, há um bom tempo, quando foi publicado esse Jornal?
Tom
Sneddon manipulou todos os testemunhos... Todos falsificados! Se tivesse
acontecido tal coisa com um principiante, presume-se apenas que você poderia
ver a coisa do ponto de vista do “erro”, mas 25 anos de profissão?
Por
que razão nós devemos perdoar Tom Sneddon? Este homem deve passar
muito tempo na prisão! É claro que eles devem submetê-lo a um processo...
Temos gravações! Tomamos as gravações do processo de Michael Jackson... nós lhe
damos as transcrições do júri. E nós enviamos Tom Sneddon para a prisão! Por que
este homem está livre, há 10 anos? Sneddon devia estar na prisão...
O Tribunal de Santa Barbara não era sério, portanto... eles
corromperam todo o sistema.
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Tom Sneddon |
E Sneddon continuou livre até o fim. Livre da
justiça dos homens, mas não da justiça da vida.
__________________________________
Bibliografia
da Redenção:
Artigo: “Was Michael Jackson Framed?”
(Michael Jackson foi vítima de uma conspiração?)
Autora:
Mary Fischer
Fonte:
Revista GQ Magazine
Ano:
1994
Livro: “The Truth Behind The Michael Jackson Child Molestation
Allegation” (Redenção: A Verdade Por Trás das Alegações de
Abuso Sexual Infantil Contra Michael Jackson)
Autora: Geraldine
Hughes
Editora: Hughes
Publishing
Ano:
Janeiro 2004
ISBN-10: 0615306705
Entrevista: “A Testemunha que o Júri não ouviu”
Entrevistado: Frank
Tyson
Entrevistadora:
Cynthia McFadden
Veículo: Primetime Live
– Rede ABC News
Data:
06/06/2005
Livro: “Michael Jackson Conspiracy”
Autora:
Aphrodite Jones
Editora:
Universe
Ano:
2007
ISBN: 0979549809
Artigo: “O
suicídio de Chandler mostra a propensão da imprensa em ser contra Michael
Jackson”
Autor:
Charles Thomson
Fonte: http://charlesthomsonjournalist.blogspot.com/2009/11/evan-chandler-suicide-higlights-media.html
Ano:
2009
Artigo: “Michael Jackson: É hora de a mídia
assumir a responsabilidade na cobertura sobre o astro”
Autor:
Charles Thomson
Data: 02/03/2010
_____________________________
Hoje
é sabido o método de persuasão que a Elite Global usa para chantagear pessoas
famosas ou influentes (artistas, políticos, cientistas, etc.), infiltrando
agentes na intimidade dessas pessoas, para que as induzam à pedofilia, filmem o
ocorrido e usem o filme para obrigar essas pessoas a compactuarem com suas
agendas sinistras. No caso de Jackson, não foi diferente; inclusive ele foi
citado em uma lista de candidatos, onde constavam também os nomes de Bill
Clinton e Donald Trump.
Seriam
esses “agentes” infiltrados deliberadamente na vida de Michael, a família
Chandler e a família Arvizo? Sem sucesso, partiram então para a difamação
gratuita, com falsos testemunhos.
As
publicações que denigrem a imagem ou a dignidade de um cidadão obtêm divulgação
imediata e exaustiva. Qualquer publicação que envolve escândalo ou difamação
tem editores às pencas interessados em faturar em cima da desgraça de alguém. A
divulgação e a repercussão dessa publicação é fulminante e alcança o mundo
inteiro em poucas horas... hoje, on line.
Porém,
quando é o contrário, quando se trata de elogiar um feito memorável ou limpar
uma imagem que os próprios comunicadores – imprensa e editores – sujaram, eles
se omitem. Por mais que se tentasse divulgar notícias ou publicações favoráveis
a Jackson, ou que atestassem sua inocência não havia espaço. Hoje, isso ainda acontece,
pois, uma década após a “morte”, dá audiência e vende mídia impressa falar mal
e falar bem de Michael. Fatura-se com os dois lados da “tesoura” do sistema.
Mas,
voltemos 26 anos na história da vida de Jackson.
Uma
publicação que coloca a verdade sem máscaras sobre as acusações de 1993 é um
artigo da jornalista Mary Fischer, publicado na Revista GQ Magazine, em 1994, intitulado “Was Michael Jackson Framed?” (Michael Jackson foi vítima de uma
armadilha?).
Vejamos
alguns trechos abaixo que ilustram bem o caráter de Evan Chandler e suas reais
intenções que, visto isso, sempre foi levar vantagem da amizade entre Michael e
seu filho Jordan. Fisher também cita a gravação de uma conversa entre Chandler
e David Schwartz, que foi entregue à imprensa na época, e dá mais detalhes.
![]() |
Evan e Jordy Chandler |
A
princípio, Chandler recebeu bem e incentivou o relacionamento do seu filho com
Michael Jackson, gabando-se dele para amigos e sócios. Quando Jackson e o
menino ficaram com Chandler, em maio de 1993, Chandler insistiu que Michael
passasse mais tempo com seu filho em sua casa. Segundo algumas fontes, Chandler
chegou a sugerir que Jackson ampliasse sua casa, assim, o cantor poderia ficar
lá. Depois de ligar para o departamento de zoneamento e descobrir que isso não
poderia ser feito, Chandler fez outra sugestão - que Jackson simplesmente lhe
construísse uma casa nova.
Naquele
mesmo mês, o menino, sua mãe e Jackson voaram para Mônaco para o World Music Awards. "Evan começou a ficar com ciúmes do envolvimento deles e sentiu-se
deixado de lado", diz Freeman. Ao retornarem, Jackson e o menino
ficaram novamente com Chandler, o que lhe agradou – foi uma visita de cinco
dias, durante a qual eles dormiram em um quarto com o meio irmão do jovem.
Embora Chandler tenha admitido que Jackson e o menino sempre estavam vestidos
quando ele os via juntos na cama, ele alegou que foi nessa época que as suas
suspeitas de abusos sexuais foram desencadeadas. Em nenhum momento, Chandler
alegou ter testemunhado qualquer má conduta sexual por parte de Jackson.
Chandler
ficou cada vez mais instável, fazendo ameaças que afastavam Jackson, David Schwartz
(padrasto do menino Jordan) e June Chandler Schwartz (a mãe). No início de
julho de 1993, Dave Schwartz, que tinha sido amigável com Chandler até então,
gravou secretamente uma longa conversa telefônica que ele teve com Chandler.
Durante a conversa, Evan Chandler falou de sua preocupação com seu filho e sua
raiva de Jackson e de sua ex-mulher, a quem descreveu como "fria e
insensível". Quando Chandler tentou "obter a sua atenção" para
discutir as suas suspeitas sobre Jackson, diz ele na fita que ela lhe disse:
"Vai se f****".
"Eu tinha uma boa comunicação
com Michael", Chandler disse a Schwartz. "Nós éramos amigos. Eu gostava dele e o respeitava e tudo mais
pelo que ele é. Não havia nenhuma razão para ele parar de me ligar. Eu me
sentei na sala um dia e conversei com Michael e disse-lhe exatamente o que eu
quero que deixe de acontecer nessa relação toda. O que eu quero".
Admitindo
a Schwartz, que ele havia “sido preparado” sobre o que dizer e o que não dizer,
Chandler nunca mencionou dinheiro durante a conversa. Quando Schwartz perguntou
o que Jackson havia feito que deixou Chandler tão aborrecido, Chandler alegou
apenas que "ele afastou a família. [O
menino] foi seduzido pelo poder e pelo
dinheiro desse cara". Ambos repreenderam a si mesmos repetidamente,
como maus pais para o garoto.
Em
outra parte da fita, Chandler deixou claro que ele estava preparado para agir
contra Jackson: "Já está
definido", Chandler disse a Schwartz. "Há outras pessoas envolvidas que estão esperando pelo meu
telefonema e que estão em determinadas posições. Eu paguei a elas para fazerem
isso. Tudo está acontecendo de acordo com um certo plano que não é só meu. Uma
vez que eu faça esta ligação, este cara [seu advogado, Barry K. Rothman,
presumidamente] vai destruir todo mundo que estiver à vista de qualquer forma
desonesta, canalha e cruel que ele puder. E eu dei-lhe plena autoridade para
fazer isso".
Chandler
então antecipou o que de fato aconteceria seis semanas mais tarde: "E se eu continuar com isso, vou ganhar
muito. Não há como eu perder. Eu verifiquei todos os aspectos. Eu vou conseguir
tudo que eu quero, e eles serão destruídos para sempre. June perderá [a
guarda do filho...] e a carreira de
Michael estará acabada”.
“Isso ajuda [o
menino]?” perguntou Schwartz.
“Isso é irrelevante pra mim”, respondeu
Chandler. “Isso vai ser maior do que nós
todos juntos. A coisa toda vai afetar e destruir todo mundo que esteja pelo
caminho. Vai ser um massacre se eu não conseguir o que eu quero”.
Em
vez de ir à polícia, aparentemente a ação mais adequada em uma situação de
suspeita de abuso sexual infantil, Chandler recorreu a um advogado. E não a
qualquer advogado. Ele recorreu a Barry Rothman.
"Este advogado que eu
encontrei, eu escolhi o filho da p*** mais sujo que eu poderia encontrar",
Chandler disse na conversa gravada com Schwartz. "Tudo o que ele quer fazer é levar
isso a público o mais rápido possível e da forma mais alarmante possível e
humilhar tantas pessoas quanto puder. Ele é safado, ele é mau, ele é muito
esperto, e ele está com fome de publicidade". (FISCHER – 1994).
Na
verdade, o que Chandler queria era que Michael financiasse quatro projetos
cinematográficos que ele havia criado e que custavam a bagatela de
aproximadamente 20 milhões de dólares. Michael recusou-se a embarcar em uma
canoa furada, atiçando a ira e, posteriormente, o ódio de Evan Chandler.
[...]
Rothman estava buscando o parecer de peritos para ajudar a estabelecer as
acusações contra Jackson. Ligou para o Dr. Mathis Abrams, um psiquiatra de
Beverly Hills. Ao telefone, Rothman apresentou a situação a Abrams como
hipotética. Em resposta e sem ter encontrado Chandler ou o seu filho, Abrams,
em 15 de julho, enviou para Rothman uma carta de duas páginas na qual ele afirmava
que “existiria uma suspeita razoável de
que o abuso sexual pudesse ter ocorrido”. É importante notar que ele também
afirmou que se isso fosse uma situação real e não hipotética, ele seria
obrigado por lei a relatar o assunto para o Departamento de Serviços a Crianças
(DCS) de Los Angeles.
De
acordo com uma anotação do dia 27 de julho no diário mantido pela ex-colega de
Rothman, era óbvio que Rothman estava guiando Chandler no plano. “Rothman escreveu uma carta para Chandler,
aconselhando-o sobre como denunciar abuso de crianças sem responsabilidade para
o pai”, diz a anotação. Neste ponto, ainda não haviam sido feitas
exigências ou acusações formais, apenas afirmações veladas que se interligavam
com a feroz batalha pela custódia.
Em
4 de agosto de 1993, porém, as coisas se tornaram muito claras. Chandler e seu
filho encontraram-se com Jackson e Pellicano em uma suíte, no Westwood Hotel
Marquis. Ao ver Jackson, diz Pellicano, Chandler deu um abraço afetuoso no
cantor (gesto, dizem alguns, que pareceria desmentir as suspeitas do
dentista de que Jackson havia molestado seu filho), então ele colocou a mão
no bolso, tirou a carta de Abrams e começou a ler alguns trechos. Quando
Chandler leu as partes sobre abuso sexual infantil, o menino - diz Pellicano -,
abaixou a cabeça e, em seguida, olhou para Jackson com uma expressão de
surpresa, como se dissesse “eu não falei
isso”. Quando o encontro acabou, Chandler apontou o dedo para Jackson e
avisou: “Eu vou arruinar você”.
Mais
tarde, naquela mesma noite, em um encontro com Pellicano no escritório de
Rothman, Chandler e Rothman fizeram sua exigência – U$ 20.000.000,00. [Os
exatos 20 milhões que Chandler queria para seus projetos cinematográficos.]
Em
13 de agosto, houve outra reunião no escritório de Rothman. Pellicano voltou
com uma contraproposta - um acordo para um roteiro de US$ 350.000,00. Pellicano
diz que fez a oferta como uma forma de resolver a disputa da custódia e dar a
Chandler (Chandler e June travavam uma batalha judicial pela guarda de
Jordan) uma oportunidade de passar mais tempo com seu filho, trabalhando em
um roteiro juntos. Chandler rejeitou a oferta. Rothman fez uma última tentativa:
um acordo para três roteiros ou nada - que foi rejeitada. No diário do
ex-colega de Rothman, uma anotação de 24 de agosto revela a decepção de
Chandler: “Eu quase consegui um negócio
de US$ 20.000.000,00”, ele ouviu Chandler dizer a Rothman.
Antes
de Chandler assumir o controle do filho, o único que fazia acusações contra
Jackson era o próprio Chandler – o garoto nunca havia acusado Jackson de
qualquer ato inapropriado. Isso mudou um dia no consultório odontológico de
Chandler, em Beverly Hils.
Na
presença de Chandler e Mark Torbiner, um anestesista dentário, um medicamento
controverso foi administrado no menino, Amytal sódico - que alguns erroneamente
acreditam ser um soro da verdade. E foi depois dessa sessão que o menino fez
sua primeira acusação contra Jackson.
A
jornalista da KCBS-TV, de Los Angeles, informou no dia 3 de maio deste ano que
Chandler havia aplicado a droga em seu filho, mas o dentista alegou que ele fez
isso apenas para extrair um dente do menino e que, sob influência da droga, o
garoto veio com as alegações. Questionado para este artigo sobre o uso do
medicamento no menino, Torbiner respondeu: “Se
eu usei, foi para fins odontológicos”.
Dados os fatos sobre o Amytal sódico e um caso histórico
recente envolvendo a droga, as alegações do menino, segundo especialistas, não
devem ser tratadas como confiáveis, se não forem altamente questionáveis.
“É um
medicamento psiquiátrico em que não se pode confiar para produzir a realidade”, diz o Dr. Resnick, um psiquiatra de Cleveland. “As pessoas são muito sugestionáveis sob
efeito dele. As pessoas vão dizer coisas sob o efeito do Amytal sódico que são
descaradamente falsas”. Amytal sódico é um barbitúrico, uma droga invasiva
que coloca as pessoas em estado hipnótico quando é injetada por via intravenosa.
Administrada
primariamente para o tratamento da amnésia, a droga entrou em uso durante a II
Guerra Mundial, em soldados traumatizados - alguns em estados catatônicos -
pelos horrores da guerra. Estudos científicos feitos em 1952 desmascararam a
droga como um soro da verdade e, em vez disso, demonstraram seus riscos: Falsas
memórias podem facilmente ser implantadas em pessoas sob seu efeito. “É perfeitamente possível implantar uma ideia
através da uma mera pergunta’, diz Resnick. Mas seus efeitos são,
aparentemente, ainda mais traiçoeiros: ‘A
ideia pode se tornar sua memória, e os estudos mostraram que mesmo quando você
lhes disser a verdade, eles vão jurar sobre um monte de Bíblias que aconteceu”,
diz Resnick.
Cinco
dias depois de feita a denúncia às autoridades, a mídia ficou sabendo da
investigação. Na manhã de domingo, 22 de agosto, Don Ray, jornalista freelancer
em Burbank, estava dormindo quando seu telefone tocou. O autor da chamada, um
de seus informantes, disse que tinham sido emitidos mandados de busca para o
rancho e o condomínio de Jackson. Ray vendeu a história para a KNBC LA-TV, que
deu o furo de reportagem às 4 da tarde do dia seguinte.
Depois
disso, Ray “assistiu esta história ir
longe, como um trem de carga”, diz ele. Dentro de vinte e quatro horas,
Jackson foi o assunto principal em setenta e três noticiários só na área de Los
Angeles e estava na primeira página de todos os jornais britânicos. A história
de Michael Jackson e o garoto de 13 anos tornou-se um frenesi de exageros e
rumores infundados, com a linha que separa a imprensa séria dos tabloides
praticamente eliminada.
![]() |
Diane Dimond |
Alguém
de dentro do Departamento de Serviço para a Criança, ilegalmente vazou uma
cópia do relato de abuso para Diane Dimond, do Hardy Corp (tabloide dos EUA),
dando início à rede de difamação contra Jackson, que até então era apenas
suspeito. Em poucas horas, uma agência de notícias britânica, sediada em Los Angeles,
também obteve a tal cópia e começou a vendê-la para qualquer jornalista
disposto a desembolsar U$ 750,00. No dia seguinte, o mundo todo conhecia todos
os detalhes do relato, que não passava de uma manipulação sórdida.
Além
de Chandler e da mídia, Michael ainda teve que assistir seus ex-empregados,
ávidos por dinheiro, tecerem as mais escabrosas acusações contra si.
Em
seguida, vieram os acusadores - ex-empregados de Jackson. Primeiro, Stella e
Philippe Lemarque, ex-governantas de Jackson, tentaram vender sua história para
os tabloides com a ajuda do intermediário Paul Barresi, uma ex-estrela pornô.
Eles pediram meio milhão de dólares, mas acabaram vendendo uma entrevista ao The Globe da Grã-Bretanha por
US$15.000,00. Os Quindoys, um casal filipino que havia trabalhado em Neverland,
fizeram o mesmo. Quando o preço estava em US$100.000,00, eles disseram que “a mão estava por cima da calça do garoto”,
Barresi disse a um produtor do Frontline, um programa de TV. Assim que o preço
subiu para US$500.000,00, a mão foi para dentro da calça. A promotoria de Los
Angeles concluiu que ambos os casais eram inúteis como testemunhas.
Depois
vieram os guarda-costas. Pretendendo subir na carreira jornalística, Diane
Dimond do Hard Copy disse ao Frontline, no início de novembro do ano
passado, que seu programa era “honesto
sobre este assunto. Nós não pagamos dinheiro por essa história toda”. Mas
duas semanas mais tarde, como revela um contrato do Hard Copy, o show estava negociando um pagamento de US$ 100.000,00
para cinco ex-seguranças de Jackson que estavam planejando entrar com um
processo de US$ 10.000.000,00, alegando que foram demitidos injustamente.
No dia 1 de dezembro, com o acordo feito, dois dos
seguranças apareceram no programa - eles haviam sido demitidos -, Dimond disse
aos telespectadores, porque “sabiam
demais sobre a estranha relação de Michael Jackson com meninos”. Na
realidade, como seus depoimentos sob juramento três meses depois revelaram, era
claro que eles nunca haviam realmente visto Jackson fazendo nada impróprio com
o filho de Chandler ou com qualquer outra criança: “Então, você não sabe nada sobre o Sr. Jackson e o garoto, não é?”
Perguntou um dos advogados de Jackson ao ex-segurança Morris Williams, que
estava sob juramento.
─ “Tudo o que eu sei é de
documentos que contêm o juramento de outras pessoas”.
─ “Mas, além do que outra pessoa
possa ter dito, você não tem conhecimento de primeira mão sobre o Sr. Jackson e
[o menino],
não é?”
─ “Correto”.
─ “Você já falou com alguma
criança que disse a você que o Sr. Jackson fez algo inapropriado com ela?”
─ “Não.”
Quando
questionado pelo advogado de Jackson sobre a origem de suas impressões,
Williams respondeu:
─ “Só pelo que eu tenho ouvido nos
meios de comunicação e pelo que eu vi com meus próprios olhos”.
─ “OK. Esse é o ponto. Você nunca
viu nada com seus próprios olhos, certo?”
─ “Certo, nada”.
Em
seguida, veio a empregada. Em 15 de dezembro, o Hard Copy apresentou “O
doloroso segredo da empregada que arrumava o quarto”. Blanca Francia disse
a Dimond e a outros repórteres que tinha visto Jackson nu, tomando banhos de
chuveiro e em banheiras de hidromassagem com garotos. Ela também disse à Dimond
que havia testemunhado o seu próprio filho em posições comprometedoras com
Jackson - uma alegação em que os grande-júris, aparentemente, nunca
acreditaram.
Uma
cópia do depoimento sob juramento de Francia revela que o Hard Copy lhe pagou US$20.000,00, e que Dimond tinha verificado as
alegações dela, e teria descoberto que eram falsas. Interrogada por um advogado
de Jackson, Francia admitiu que nunca havia realmente visto Jackson no chuveiro
com ninguém nem o tinha visto nu com os meninos em sua banheira. Eles sempre
estavam com suas roupas de banho, ela reconheceu.
De
sua parte, a polícia de Los Angeles também empregou métodos não muito
criteriosos para arrancar a confissão das crianças interrogadas: a mentira e a
ameaça. Os pais queixaram-se aos advogados de Jackson que os investigadores
afirmavam que seus filhos haviam sido molestados, mesmo sob a negativa
ostensiva das crianças. Além disso, assustavam os menores, afirmando que tinham
fotos deles nus, ou que outras crianças já haviam confessado terem sido
molestadas.
Se
a história não fosse trágica e dolorosa, diríamos que Michael bateu mais um
recorde, pois, se Jesus teve um Judas em sua trajetória de Amor pela Terra,
Michael teve vários.
Com
o acordo firmado com os advogados de Jackson (falaremos disso mais
detalhadamente à frente), Chandler conseguiu o dinheiro para pelo menos um de
seus projetos. Note-se que, em momento algum, o foco do pai foi o filho, Jordan
Chandler, a quem permitiu dopar em um consultório odontológico para que o
menino testemunhasse contra Jackson.
************************
Durante
o julgamento e após o veredito favorável, inocentando o astro, algumas pessoas
- testemunhas ou pesquisadoras do assunto - escreveram o que viram, de fato,
acontecer nos tribunais americanos contra Jackson. Entre elas estão personagens
chaves como Geraldine Hughes (caso 1993) e Afrodite Jones (caso 2003).
Em
fevereiro de 2004, quando o processo criminal contra Jackson ainda estava em
fase de investigações, Geraldine Hughes, testemunha ocular de toda a trama
montada contra o cantor, em 1993, dá detalhes em entrevista à MJJF Radio. À
época, Hughes estava publicando o livro “Redenção:
A Verdade Por Trás das Alegações de Abuso Sexual infantil Contra Michael
Jackson”.
Secretária
de Barry Rothman, advogado que representou Evan Chandler, pai de Jordan
Chandler, que acusou Michael de abuso sexual, Geraldine disse que foi às
lágrimas quando aquelas acusações vieram à tona, pois sabia, desde o início,
que Jackson era inocente. “Ah, meu Deus,
não, eles não fizeram isso com ele!” Geraldine contatou os advogados de
defesa, contou tudo que presenciou e se ofereceu para depor, mas o caso não foi
a julgamento, por não ter havido evidências que justificassem a abertura de um
processo criminal e o processo civil foi encerrado com um acordo extrajudicial.
Chandler conseguiu o que queria: dinheiro.
Quando
percebeu uma movimentação suspeita de Rothman e Chandler ao seu redor,
Geraldine começou a guardar todas as informações que podia em sua agenda.
Hughes cita a tal fita gravada de uma conversa entre Evan Chandler e David
Schwartz, padrasto do menino Jordan, em que o primeiro fala abertamente sobre o
plano de extorquir o artista. Para isso, contratara o advogado mais “calhorda” para executá-lo e, se fosse
até o fim, destruiria Michael Jackson e conseguiria muito dinheiro. O
investigador da defesa, Anthony Pellicano, conseguiu essa fita e a divulgou
para todas as redes de TV, mas tudo foi varrido para debaixo do tapete, porque
o que interessava era o escândalo e não o fim dele.
Em
seu livro, Geraldine se refere a Barry Rothman como “um demônio de verdade, vindo das profundezas do inferno”. Talvez a
escolha de Rothman por Chandler tenha sido o fato de que esse advogado havia
representado, com muito sucesso, uma cliente que queria a custódia do filho e
acusou o pai de abuso sexual.
“A Descoberta da Terceira
Parte” é o capítulo que conta em detalhes que foi Rothman quem realmente
aconselhou Chandler sobre como denunciar abuso sexual infantil, usando uma
terceira parte, sem responsabilizar o pai pela denúncia, e eu digitei essa
carta. Eu não copiei a carta, seria uma quebra do que quer que seja, mas eu
anotei em minha agenda alguns códigos que ele anexou à carta.
Para o público,
simplesmente parece que Chandler levou o garoto ao psiquiatra e o psiquiatra o
questionou, descobrindo detalhes que ele sentiu que precisava denunciar. Mas
atrás das cenas não foi nada parecido com isso.
Realmente, eles (os investigadores) fizeram coisas que
de fato foram questionáveis. Eles realmente convocaram as testemunhas
inapropriadamente, o que não é boa coisa. É algo muito sério, para começar.
Ainda, eles fizeram isso com as crianças, tentando ludibriá-las. Por exemplo: "Bem, nós conversamos com algumas
pessoas e elas já admitiram". O que acho tão sério com relação a essa
tática que eles usaram com as crianças é que eles não estavam simplesmente
questionando-as, mas sim tentando enganá-las. Você sabe, tentando fazer com que
elas admitissem certas coisas, o que não funcionou porque não havia nada para
elas admitirem. Penso que isso funcionou a favor de Michael, porque, eles
questionaram 400 testemunhas e não obtiveram nenhuma que corroborasse o garoto.
O que eu acho tão injusto é que todos continuam dizendo que ele só saiu ileso,
porque foi feito um acordo no processo civil, mas veja o que Sneddon e Garcetti
tinham. Na época, eles estavam em busca de corroboração. Se você tem alguém
acusando sem evidência física, para passar pelo júri é preciso algo mais do que
simplesmente estar acusando. Você precisa de uma testemunha, precisa de alguma
coisa. [nota da EDCYHIS: Em 2003, Sneddon
registrou as acusações contra Michael Jackson se utilizando de uma nova lei que
permite acusações de abuso sem evidências físicas ou testemunhas que a
corroborem]. Então, se houvesse só mais uma testemunha, se houvesse alguém
mais que pudesse ter corroborado... Mas não havia. E tenho que dizer que
realmente temos as melhores agências policiais da nação e, dessas, quatro
estavam investigando e procurando por algum tipo de corroboração. Sem contar
com a ótima equipe de homens e mulheres investigando, quero dizer,
provavelmente trabalhando isoladamente. Eles não conseguiram encontrar nenhuma
corroboração para a alegação de abuso infantil do garoto. O que estou dizendo é
que aquela não era uma alegação factual. (EDCYHIS
– 2004)
O fato é que o caso foi
analisado por dois Grande Juris,
compostos por doze pessoas cada um – doze no condado de Los Angeles e doze no
de Santa Bárbara – e nenhuma evidência foi levantada que pudesse levar o caso a
julgamento. Na legislação norte-americana, o Grande Júri ouve a apresentação da
denúncia pela promotoria e analisa se as evidências da acusação são suficientes
para levar o caso a julgamento. Trata-se de uma fase do processo em que a
defesa não se manifesta. E as acusações de Chandler foram recusadas por dois Grande Juris, por absoluta falta de
evidências.
Geraldine explica ainda,
em seu livro, que o processo civil e o processo criminal são bem distintos. No
primeiro, o acusador é pessoa física ou jurídica que processa outra pessoa
física ou jurídica por algum dano sofrido, e pelo qual requer indenização, que
é a única pena à qual o réu pode ser submetido. Já no processo criminal, o
Estado é que acusa o réu, baseado nas evidências fornecidas pelo denunciante,
cabendo julgamento por júri popular e até pena de prisão.
Portanto, se houvesse sido
encontradas quaisquer evidências que corroborassem a acusação de Chandler,
Michael teria ido a julgamento em 1993, independente de ter fechado acordo. O
acordo entre as partes encerra o processo civil, mas não impede o andamento do
processo criminal.
Interessante frisar que,
mesmo na ligação que fez para David Schwartz, Evan Chandler nem uma vez
menciona o abuso sofrido por Jordan. Ele diz somente que seu filho foi “seduzido pelo dinheiro desse cara” e
que “não tem como eu possa perder. Tenho
checado isso de todas as formas. Há outras pessoas envolvidas. Eu paguei para
elas. Esse cara vai destruir todo mundo na mira da maneira mais vil, desonesta
e cruel que ele possa fazer. E eu lhe dei total autoridade para fazer isso”.
E quando Schwartz perguntou sobre o que seria melhor para o garoto, Chandler
responde: “isso é irrelevante”.
Quando os investigadores
de Los Angeles começaram a levantar suspeitas de extorsão no caso, Chandler e
Rothman combinaram de se encontrarem no final de semana para se assegurarem de
que suas versões fossem as mesmas. Até esse episódio, tanto Chandler quanto
Rothman estavam confiantes e seguros, no controle da situação. Mas quando os
investigadores começaram a telefonar querendo falar com os dois separadamente,
a situação mudou e ambos perderam o controle dos nervos.
Geraldine testemunhava
cada fato desses, cada momento e conversas comprometedoras, mas não falava
disso com ninguém, a não ser com sua mãe, que percebeu algo de errado com a
filha. A própria mãe de Geraldine começou a juntar notícias sobre o caso,
descobriu o nome do investigador da defesa de Michael e telefonou para ele,
logo que a acusação de abuso infantil veio à tona: “Você tem que falar com minha filha. Ela trabalha para Rothman e tem
algumas informações”. Quando foi procurada por Pellicano, Geraldine achou
que estava falando com investigadores da Promotoria e realmente acreditava que
estava sendo testemunha de um crime premeditado contra Michael Jackson.
Porém, mesmo assim, o coro
orquestrado pela mídia sensacionalista foi de que o culpado Michael Jackson
pagou para ficar em liberdade. Isso gerou um clima de desconfiança no público,
que não entendia por que um homem inocente faria um acordo judicial,
indenizando a suposta vítima. Geraldine, no capítulo “Legalmente Falando”,
esclarece que as coisas no tribunal não estavam funcionando favoravelmente a
Jackson, a quem já haviam sido negadas quatro moções, sendo uma delas a de
pedido de suspensão do processo civil. Como no processo civil se pode
considerar como evidências coisas que no processo criminal não pode, então,
como o processo civil precederia ao criminal, o mesmo poderia ser usado pela
promotoria como fonte de informações. Seria como uma autoincriminação.[2]
Assim, a defesa de Jackson registrou moção, solicitando a suspensão do processo
civil até que o processo criminal fosse concluído, mas lhe foi negado esse
direito.
Com essa negativa, os
advogados do cantor não tiveram outra saída a não ser interrompê-lo com um
acordo extrajudicial, para não prejudicar mais Michael, no caso do
enfrentamento criminal, o que acabou não acontecendo por falta de evidências.
Então, a medida do acordo foi acertadíssima, embora pareça o contrário. Além do
que, conforme bem lembra Geraldine, Michael havia contratado Johnny Cochran, um
dos advogados mais caros da América, para a sua defesa e se o processo se
arrastasse por sete, oito meses, ele teria que desembolsar quatro vezes mais
dólares do que desembolsou para saciar a ganância de Evan Chandler. Mas a
ex-secretária de Rothman acredita que Michael teria ganhado fácil, tanto o
processo civil, quanto o processo criminal – se houvesse – porque seus
advogados tinham reunido uma gama de evidências muito fortes sobre extorsão
contra Chandler.
***********************
“Se alguém é acusado de um crime e
no local do suposto crime só havia mais uma pessoa além do acusador e do
acusado, então esta é a testemunha mais importante. No julgamento de Michael
Jackson, este homem era Frank Tyson, mas, por uma manobra hábil da promotoria
que o incluiu na acusação, Tyson não pôde testemunhar”. (MCFADDEN
– 2005)
Tyson
conheceu Michael quando era apenas um garoto de 5 anos de idade e cresceu
convivendo com o astro e alicerçando uma fiel amizade de mais de 20 anos. Sua
dedicação ao ídolo era total.
Durante
todo o tempo, Frank admite ter recebido inúmeras ofertas milionárias para dar
entrevistas sobre a estrela Pop, principalmente em meio ao julgamento, mas ele
nunca aceitou. A fidelidade a Michael era absoluta. Porém, diante do massacre
midiático sofrido pelo amigo desde o início das investigações, Tyson resolveu
falar, já que não podia ser aproveitado como testemunha da defesa. A entrevista
foi concedida à jornalista Cynthia McFadden, no Programa “Primetime Live”, em 2
de junho de 2005.
Pela
sua proximidade e fidelidade a Jackson, Frank Tyson foi definido pela
promotoria como um cúmplice do astro, um homem perigoso sob a ótica de Tom
Sneddon, além de apontado por Janet Arvizo como um cruel conspirador.
A
verdade é que Tyson foi a única testemunha ocular do momento apontado pela
acusação. A seguir, alguns trechos da entrevista que elucida o propósito de
divulgar a verdade ao público brasileiro, até mesmo aos fãs, que nunca tiveram
acesso às publicações que redimem Michael Jackson, porque a verdade não
interessa; interessa o escândalo.
Eu
já vi Michael em diferentes estados. E até mesmo quando ele estava nestes estados
[sob efeito de analgésicos] Cynthia,
ele jamais me deu pista alguma de ser interessado em garotos, ou de atração
sexual em garotos. É completamente o oposto. Ele não é assim, isso é nojento.
Ele não é um pedófilo.
Eu
conheço o acusador. Era uma criança de rua. Ele não é um menino tímido. Ele é
durão. Se alguém dá um empurrão nele, ele será o primeiro a revidar. Ele seria
o primeiro a empurrar Michael e dizer: ‘para o inferno, eu não vou fazer
isso’.
A
primeira vez que o acusador e seu irmão mais novo dormiram no quarto de Michael
Jackson, foi, na verdade, ideia dos garotos. Eles vieram até Michael: “Michael, nós podemos ficar no seu quarto?
Michael, por favor, nós podemos ficar no seu quarto?” E Michael me puxou de
lado e falou: “Frank, se eles ficarem
nesse quarto, você vai ficar nesse quarto também”. Eu realmente fiquei no
mesmo quarto e as duas crianças dormiram na cama. Michael estava neste lado do
chão, e eu estava no outro lado. [...] Era como se você fosse dormir na casa
dos seus amigos, todos em um quarto, vendo filmes, estas coisas.
Quando McFadden aborda o assunto dos sites pornográficos que os meninos
alegam que Michael mostrou a eles, Tyson rebate indignado.
Eu
e Jackson estávamos fora do quarto quando os garotos encontraram os sites pornográficos. A primeira coisa: “Frank, Michael, olha o que encontramos!”
Eles encontraram os sites. De fato,
Michael me puxou de lado e disse: “Frank,
eles não podem fazer isso. Não comigo neste quarto. Eu não quero esta coisa
sobrando para mim”. Então, nós tiramos os sites.
Em
dado momento, a entrevistadora aborda o controverso assunto de bebidas
alcoólicas servidas aos garotos. Vale lembrar aqui que, quando Michael tomava
vinho (único álcool que ingeria), o
fazia disfarçado em latas de refrigerantes para não induzir as crianças a
qualquer vício. “Michael Jackson nunca
deu ou forçou ninguém a beber álcool. Ele jamais faria isto. É completamente
falso”. E sobre todos os jovens garotos que se disseram abusados durante os
anos por Jackson... “Todos estão
mentindo”.
Na tentativa de criar um perfil de pedófilo em
Michael, promotoria e mídia engendraram o mito do padrão, em que o astro
aparecia sempre ter um amigo especial, entre 12 e 14 anos, fisicamente
parecidos: olhos e cabelos escuros.
Não,
não há um padrão. Isto que vocês estão tentando criar não é real. Não há um
padrão para ele, nem garotos especiais. Eu fui seu amigo por 20 anos. Eu estou
no padrão, também? Não, eu não estou – eu continuo sendo amigo dele? Sim. Eu
vou te dizer uma coisa: se Michael Jackson tivesse encostado um dedo em mim, eu
não estaria sentado nesta cadeira agora. [Sobre o irmão de Tyson (14 anos) que frequentava
Neverland e costumava dormir no quarto de Michael] Se eu me sentisse
desconfortável com isto, eu seria o primeiro a parar.
Ainda sob julgamento à época da entrevista, Tyson
estava apreensivo quanto ao futuro do homem que tanto admira e pai de três
lindas crianças que o adoram. Temia que muitas vidas fossem destruídas (não só
a de Jackson) por conta de um amontoado de mentiras, mas afirmou que ele e sua
família mantinham estreito contato com Michael durante todo o processo.
Felizmente, as preocupações de Tyson tiveram um final feliz.
***********************
Já
falamos aqui da conexão entre as acusações de 1993 (Chandlers) e de 2003 (Arvizos).
O livro da jornalista Aphrodite Jones - desde o seu título - só vem corroborar
essa assertiva: “Michael Jackson
Conspiracy”, publicado em 2007, e com prefácio de ninguém menos do que
Thomas Mesereau, que assim o inicia:
Quando
eu primeiro observei a jornalista Aphrodite Jones, em Santa Maria, no Palácio
de Justiça da Califórnia, no caso de Michael Jackson, eu me virei na direção
oposta. Eu não queria nada com a Sra. Jones. A primeira vez que meus olhos
encontraram os de Jones, atirei-lhe um profundo olhar frio. Se olhares podem
matar, ela foi enterrada.
Eu
havia associado Aphrodite Jones com o rolo compressor da mídia internacional
que foi investido fortemente em ver Michael Jackson condenado e destruído.
Nunca na minha vida ou carreira tinha me visto no meio de um tal frenesi
enlouquecido, desonesto e manipulador. Apesar da presença de muitos jornalistas
honrados, o fantasma de lucro parecia ofuscar muito a imprensa, que era
verdadeira, precisa e cuidadosa.
Quando
Mesereau e Jones se encontraram em uma galeria de artes de Beverly Hills, um
ano após a absolvição de Jackson nos tribunais, a jornalista se disse
incomodada com a forma como a mídia tratou o julgamento de Michael, que se
sentia um pouco culpada por se deixar tragar pelo rolo compressor do
sensacionalismo e que estava pensando em escrever um livro sobre “a verdadeira realidade do julgamento e a
distorção de grande parte das reportagens da mídia.” Jones solicitou uma
entrevista com Mesereau que, a princípio bastante cético, acabou por vislumbrar
um lampejo de sinceridade, coragem e profissionalismo da jornalista e a
entrevista aconteceu.
E
por que conspiração? O próprio Mesereau relata a volúpia doentia da promotoria
em incriminar Jackson de qualquer forma. Se por puro racismo nunca saberemos,
mas uma fortuna do Estado da Califórnia foi gasta tentando trancafiar Michael
Jackson:
O
Ministério Público passou a gastar mais tempo e dinheiro tentando condenar
Michael Jackson do que qualquer outra acusação na história. No início dos anos
90, o promotor Tom Sneddon deu início à convocação de dois júris, Santa Barbara
e Los Angeles, para investigar e indiciar Michael Jackson. Ambos se recusaram a
acusar Michael de qualquer crime. Em meados da década de 90, o Sr. Sneddon
viajou pessoalmente a pelo menos dois países à procura de supostas vítimas de
Michael. Ele não conseguia encontrar nenhuma. Sr. Sneddon arranjou um website do departamento do xerife de
Santa Barbara para obter informações sobre Michael Jackson e contratou uma
empresa de relações públicas. Isso foi um absurdo.
Em
2004, um terceiro grande júri foi montado neste caso, e Michael Jackson foi
indiciado. A promotoria tinha nove especialistas em impressões digitais neste
caso - mais do que tenho visto em qualquer caso de pena de morte. As evidências
de impressões digitais não deram em nada. Eles tiveram a imprudência de cada
perito contratado ser especialista em áreas como a reconstrução do acidente,
computação gráfica, DNA forense, contabilidade, finanças, criminalística,
telefonia, acústica, sistemas de segurança, abuso infantil, psicologia,
patologia, consultoria e júri. Eles tiraram todas as paradas em um esforço para
bombardear o júri com qualquer fato concebível que pudesse ajudar a condenar
Michael. Isto incluiu a contratação de um consultor de jurados que teve
sucesso, ajudando a convencer os procuradores Timothy McVeigh, Martha Stewart,
e Scott Peterson.
Nunca
se saberá realmente quanto dinheiro, quantas horas e quantos empregados foram
gastos pelo gabinete do procurador distrital. Inúmeras vezes foram realizadas
simulações de julgamentos e agências de aplicação da lei em todo o mundo foram
contatados. Claro, tudo isso foi à custa dos contribuintes de Santa Bárbara,
Califórnia. (JONES – 2007)
Todos
já sabemos que Michael teve seu rancho Neverland invadido por dezenas de
policiais e a casa revirada na presença de seus três filhos menores. Não
contentes, algemaram e levaram Micahel Jackosn à prisão, onde ele passou uma
noite insone, sendo humilhado e maltratado por policiais. Uma desgraça que
rendia milhões aos exploradores em filmes, shows, documentários, entrevistas,
encenações e livros como nunca se viu antes na história: “lidar com esse mar de idiotas era perturbador e perigoso”,
sentenciou Mesereau e conclui: “Eu revi o livro de Jones e quero
elogiá-la por seus esforços. Para quem quer saber o que aconteceu no tribunal
com Michael Jackson, este é o livro para ler. Ele explica de forma clara e
movendo-se detalhadamente porque um inocente e bondoso gênio musical foi
absolvido por um júri conservador em Santa Maria, na Califórnia. Justiça foi
feita, e estou muito orgulhoso de ter sido consultor-chefe de Michael Jackson”.
Em
uma nota inicial, Aphodite Jones recorda o momento final do julgamento e
questiona a sua própria conduta, perplexa por ter-se deixado levar pelo
gregarismo que rosnava ao seu redor. Tocada pelo olhar triste e pela solidão de
Jackson no enfrentamento daquele inferno, quando se cerraram as cortinas
daquele circo montado por Sneddon, na pacata e bucólica Santa Maria, Jones foi
atrás da verdade, revirando a Corte, revendo documentos e fotos, obtendo cópias
de depoimentos e relatórios, recolhendo todos os dados que pudessem colocar luz
às suas dúvidas; dúvidas não da absolvição de Jackson, mas da conduta do
sistema judicial de Santa Bárbara.
O
dia em que Michael Jackson foi absolvido, foi-me questionado sobre o veredito
pela estrela da Fox, Bill O’Reilly. Por meses, comentei sobre a experiência
pela Fox News. Falava-se muita coisa contra Jackson, principalmente levando-se
a acreditar que a estrela Pop era culpada. Quando O’Reilly me passou a resposta
do veredito ‘não é culpado’, eu estava gaguejando. O’Reilly precisava de uma
resposta direta e finalmente disse a minha opinião: o júri fez a coisa certa.
Mas
parte de mim ainda estava em choque. Eu fiz meu último comentário público no
caso e percebi que havia me tornado uma pessoa da mídia que havia
predeterminado o resultado de uma injusta experiência. Muitas pessoas à minha
volta estavam tão confiantes da culpa de Jackson! Certos repórteres tinham
inclinado TVs e rádios a cobrirem a execução da sentença e eu fui a única a
seguir outra perigosa direção.
De
qualquer forma, eu conhecia a verdade. Quando li a nota do veredito “Não é Culpado” em todos os jornais, me
senti envergonhada de ter feito parte da indústria da mídia que parecia
determinada em destruir Jackson. Embora eu, em algumas poucas horas, contatei o
primeiro jurado do júri, Paul Rodriguez, que me falou sobre Jackson, afirmando
que ele tinha sido um alvo. O primeiro jurado do júri disse que Jackson foi
verdadeiro e não era culpado das acusações. Ele sentiu que Jackson foi uma
vítima feita pela mídia.
Escrever
um livro sobre Jackson ser inocente nunca passou na minha mente, não durante a
experiência em Santa Maria. Eu respeito o advogado Tom Mesereau e fui ver
porque o júri votou “não é culpado”
em todas as acusações, mas eu não tinha a intenção de revelar a minha própria
fonte de informações. Certamente, não queria ser injusta e expor para a mídia
meu ‘amigo’ unilateral.
Estavam
lá 22 mil pessoas entre credenciadas da mídia, e menos maravilhosos admiradores
que tentavam induzir a retratar Jackson como culpado; algumas daquelas pessoas
da mídia faziam parte do meu círculo. Eu não cito o nome de qualquer uma dessas
pessoas nesse livro. Outro que teve que saborear a experiência péssima de ser o
culpado foi Martim Bashir.
Admito
que estive lá durante o julgamento até chegar ao fim, quando vi Jackson triste
e quando senti que a mídia mundial foi contra ele. Eu precisava saber que os
fãs não estavam felizes com a cobertura da mídia e decidi ir para frente dos
portões de Neverland e fazer as pazes
com eles. Fui para dizer que não era parte daquela injustiça com Michael,
sempre mostrei os fatos. Tentei convencê-los de que não tinha um programa.
Mas
não acreditaram em mim; eles tinham me visto no noticiário e muitos achavam que
estava mentindo. Fiquei por bastante tempo dizendo para as pessoas que eu
estava fora daquela sujeira em torno de Jackson, mas eles não se interessaram.
Escutei o que seus fãs tinham a dizer. Eles vinham de vários lugares: Espanha,
Irlanda e até do Irã, e eles também diziam o seu lado da história. Os ouvi
insistir que a mídia americana era corrupta, que os americanos odiavam Jackson
por todos os motivos errados. Algumas pessoas traziam cartas e cartazes, outros
falavam de Michael e a amizade com as crianças que são aceitáveis em algumas
partes do mundo – outras da América.
Seus
fãs me impressionaram. Sim, estavam lá alguns poucos fanáticos – uma mulher me
chamou de prostituta em espanhol -, mas ao mesmo tempo, vários apoiadores eram
de bom coração. Alguns me deram o benefício da dúvida. Apreciei isso. Eu tirei
várias fotos dos fãs nos portões de Neverland,
que estava coberto de corações feitos por aqueles que amavam Michael. (JONES – 2007)
Aphrodite
conheceu Michael no início de sua trajetória jornalística, quando ele estava saindo
do assédio de uma multidão de repórteres e ela arriscou perguntar se ele falava
com os seus fãs que acampavam nos portões de Neverland. Michael voltou-se, olhou fixo para ela e respondeu: “eu amo meus fãs, eu amo meus fãs! E estarei
lá mesmo que tenha apenas uma pessoa que se importe”.
No
livro de Jones, a mídia sensacionalista ou não-sensacionalista são uma ferida
exposta, com suas difamações e manipulações purulentas. Ela revela que “esperava fazer um livro que fosse além do
objetivo de apoiar Jackson. [...] Se a verdade prevalecesse, as pessoas de uma
forma ou de outra, abririam seus corações”.
******************
“Charles Thomson é um escritor britânico freelancer,
baseado em Essex. Especialista em black music, Charles tem contribuído
para revistas, incluindo ‘Mojo’ e ‘Wax Poetics’, bem como a edição de sua
revista própria, ‘Jive’. Uma autoridade em música soul e funk, Charles apareceu
no programa ‘Electric Proms Round-Up’, em 2006, onde ele foi visto falando com
James Brown. Charles, desde então, tem trabalhado para o ‘The Sun’ (tabloide
inglês) como um especialista em Michael Jackson e foi entrevistado pela Sky
News, BBC News 24 e Serviço Mundial da BBC, na noite da morte da estrela”.
Em duas recentes
publicações, Thonsom aborda a premeditada intenção da mídia de aniquilar a
imagem de Michael, que se arrasta por décadas e que continua, mesmo após a
morte do astro; respectivamente intituladas: “O suicídio de Chandler mostra a propensão da imprensa em ser contra
Jackson”:
e “Michael Jackson: é hora de a mídia assumir a responsabilidade na
cobertura sobre o astro”:
Em “O suicídio de Chandler”, Thonpsom escreve:
“O pai do menino que acusou Jackson de abuso sexual infantil”. Errado. Chandler foi o
pai que acusou Jackson de molestar seu filho.
As acusações iniciais
contra Jackson não foram feitas por Jordan Chandler, mas por seu pai Evan,
apesar da insistência de Jordan de que Jackson nunca o tinha tocado de forma
inadequada, uma postura que o rapaz manteve por vários meses.
As relações entre o pai do
menino e Jackson tinham azedado no início de 1993, quando Evan pediu ao popstar
para construir uma casa para ele e Jackson recusou educadamente. Um roteirista
fracassado, Chandler contatou Jackson pouco depois e lhe pediu para negociar
três ofertas de roteiro em seu nome. Se Jackson não cumprisse, disse ele, o
acusaria de abusar sexualmente de seu filho. Jackson não cumpriu - e o resto é
história.
Mesmo ciente de tais
informações, mesmo ciente de que Evan drogou o filho com uma substância alucinógena
(amytal de sódio) e, a partir daí, Jordan começou a acusar Jackson e a
descrever as partes íntimas do astro que não foram confirmadas pelas fotos e
pelos exames que Michael foi obrigado a se submeter – ou seja, Jordan nunca viu
Michael despido -, a mídia se furtou em retratar a verdade:
Sem surpresa, nenhuma
dessas informações fez o seu caminho em reportagem da mídia sobre a morte de
Evan Chandler. Em vez disso, o suicídio de Chandler é visto como mais uma
oportunidade de jogar lama em Michael Jackson e perpetuar os mesmos mitos
antigos sobre as alegações de 1993 - particularmente no que diz respeito ao
acordo.
Os noticiários em todo o
mundo estão reportando uma vez mais que, em 1994, Jackson pagou aos Chandlers
por um acordo. Isto é total ficção.
Os documentos judiciais da
época dizem claramente que a seguradora de Jackson “negociou e pagou o acordo sob os protestos do Sr. Jackson e seus
assessores jurídicos pessoais”. Jackson nem sequer concordou com a resolução,
quanto mais pagou.
Entre as publicações que
reciclaram esse velho absurdo está o “The
Sun”, para quem eu dei muitas vezes contribuição como um especialista em
Michael Jackson. Fui contatado ontem e pediram para fornecer informações sobre
Evan Chandler e as alegações de 1993, o que fiz. No entanto, nenhuma de minhas
informações foi utilizada - muito provavelmente porque refletem muito bem
Jackson. Mitos que implicam na culpa de Jackson são, evidentemente, mais
importantes [e mais tentáveis] do que as verdades que o exoneram.
Notando que o artigo do
The Sun sobre o suicídio de Chandler continha várias imprecisões factuais (mais
proeminente que Jordan iniciou as alegações de abuso sexual e que Jackson pagou
à família uma liquidação) entrei em contato com dois membros do pessoal do
jornal - o meu contato habitual e o jornalista que escreveu o artigo. Nenhum
e-mail foi respondido e o artigo não foi alterado.
Em outro lugar, o “The Mirror” teve um rank muito mais
alto na escala de absurdos na tentativa de retratar Chandler como algum tipo de
mártir. “O pai Evan Chandler do caso
sexual de Michael Jackson queria justiça, mas acabou destruído”, dizia a
manchete.
Justiça? Se Evan Chandler queria justiça, por que ele fez contato com
Jackson para pedir um contrato de três roteiros de filmes antes de ir à
polícia? Se ele queria justiça, por que ele aceitou uma solução com a
seguradora de Jackson?
Na verdade, o acordo
inclui uma cláusula afirmando que Evan aceitava o pagamento em vez de um
julgamento civil, mas isso não afetaria a capacidade da família em testemunhar
em um processo criminal. Portanto, se Evan Chandler queria justiça, por que ele
não permitiu que a polícia avançasse com a sua investigação?
O título, juntamente com
grande parte do artigo, é um disparate.
Tendo tomado da seguradora
de Jackson quantia inferior a U$15 milhões (e não os $20 milhões ditos pela
imprensa), em 1996, Evan Chandler tentou processar Jackson por mais US
$60milhões, após afirmar que o disco HIStory
da estrela foi uma violação da cláusula de confidencialidade do acordo. Além de
tentar processar Jackson, Chandler solicitou que o tribunal lhe permitisse
produzir um disco de resposta chamado "EVANstory".
É, isso mesmo.
Então, o homem que o “The Mirror” afirma que apenas tinha “pensamento de justiça” queria lançar um
álbum de música sobre o suposto abuso de seu filho pré-adolescente.
O “The Mirror” aludiu ao fato das relações entre Jordan e os seus
pais terem sido tensas, a partir de 1993, mas colocou a culpa em Jackson,
alegando que o trauma do caso os tinha separado.
Na realidade, Jordan
Chandler foi ao tribunal quando ele tinha 16 anos e ganhou a emancipação
jurídica de ambos os pais. Quando chamado para aparecer no julgamento de
Jackson de 2005, ele se recusou a testemunhar contra seu ex-amigo. Se ele
tivesse ido, a equipe jurídica de Jackson teria um número de testemunhas que
estavam dispostas a testemunhar que Jordan - que hoje mora em Long Island sob
um nome falso - havia dito a eles, nos últimos anos, que ele odiava seus pais
pelo que o fizeram dizer em 1993, e que Michael Jackson nunca o havia tocado.
A evidência em torno das
alegações de 1993 apoia completamente a inocência de Michael Jackson. É por
esta razão que, durante a longa investigação, que continuou por muitos meses
antes da seguradora de Jackson ter negociado um acordo, Michael Jackson nunca
fora preso e ele nunca foi acusado de qualquer crime.
A evidência sugere
esmagadoramente que Evan Chandler planejou as alegações como um esquema para
ganhar dinheiro, acreditando que iria ajudá-lo a alcançar seu sonho de
trabalhar em Hollywood. Uma fita gravou conversas telefônicas, onde se ouve ele
dizer que o bem-estar do menino é “irrelevante”
e afirma que ele queria tomar de Jackson tudo o que ele merecia.[3]
A evidência de Mary Fischer mostra que, assim como a falsificação de abuso
sexual de seu próprio filho em uma trama de extorsão elaborada, quando Jordan
se recusou a jogar junto com Evan, este o drogou com substâncias que alteram a
mente em uma tentativa de enganá-lo a acreditar que ele foi molestado.
Mas mesmo drogar uma
criança como parte de um lote de extorsão não foi o ponto mais baixo de Evan
Chandler. Este veio quando ele pediu ao tribunal para lhe permitir lançar um
álbum de música sobre o suposto abuso sexual de seu próprio filho.
Se Evan Chandler queria
justiça, ele conseguiu há duas semanas: 17/11/2009.
Quanto à mídia, este último
incidente cimenta mais uma vez a relutância quase total da indústria em relatar
com precisão e honestidade sobre Michael Jackson, em particular sobre as
acusações falsas de abuso sexual que foram feitas contra ele. Nenhuma das
informações acima e as provas foram incluídas em qualquer artigo sobre o
suicídio de Chandler que li até agora, apesar do fato de eu, pessoalmente,
tê-las entregue a pelo menos um jornal que já tinha me contratado em outras
oportunidades como um perito de Jackson para outras histórias.
Fatos de justificação são
negligenciados em favor de mitos eróticos. Um negro humanitário é taxado como
um pedófilo e seu chantagista branco é pintado como um mártir.
Quanto a Jordy Chandler,
talvez com o seu pai desaparecido, ele encontre a coragem para fazer a coisa
honrosa. Talvez ele virá à tona em algum lugar e dirá ao mundo o que ele está
dizendo a seus amigos por mais de uma década - que Michael Jackson nunca
colocou um dedo sobre ele. Até então, eu suspeito que ele vá viver com o mesmo
tormento que parece finalmente ter atingido seu pai, desconfiadamente logo após
a morte da maior vítima de tudo isso, Michael Jackson.
Na segunda publicação, em
2 de março de 2010, Thonsom se enfurece com mais uma prova inconteste da predisposição
da mídia em continuar lucrando com escândalos plantados, sem qualquer
compromisso com a verdade, mesmo após a morte de Michael Jackson. Escrúpulos?
Nenhum. Desta feita, a falsa declaração saiu da boca de um velho roqueiro,
disposto a qualquer coisa para voltar às páginas dos jornais: Gene Simmons;
declarações que foram rebatidas prontamente por Jennifer Batten, ex-guitarrista
de Michael por duas décadas.
O
envelhecido roqueiro Gene Simmons dominou as manchetes internacionais no mês
passado, quando declarou que sabia que Michael Jackson molestava crianças. Em
uma entrevista à Classic Rock, Simmons alegou que Jackson foi filmado pedindo
bebida alcoólica para dar a crianças, e que durante o julgamento do artista, em
2005, uma agência de viagens testemunhou que importava meninos brasileiros para
a diversão de Jackson. Ele também declarou que um músico seu amigo pedira
demissão da turnê após ver “meninos
saindo de seu quarto de hotel”.
O
que se seguiu foi um exemplo clássico de jornalismo “copiar e colar”. Em
questão de horas, a história se replicou por centenas de blogs, fóruns e sites de
notícias, da Austrália à Índia e Estados Unidos. Nenhum deles havia, de fato,
verificado a história antes de a passarem adiante. Jackson nunca foi filmado
servindo bebida alcoólica a crianças. Nunca houve nenhum testemunho durante o
julgamento referente a meninos brasileiros. Ambas as declarações foram
facilmente provadas como não constantes das transcrições do julgamento.
Na
qualidade de relativamente especialista em Jackson, eu também nunca soube de
nenhum músico deixando as turnês do artista depois de seu começo. Assim, quando
sentei, há duas semanas, para uma entrevista com a guitarrista de longa data de
Jackson, Jennifer Batten, repassei a história com ela.
Ela
me contou que nenhum músico jamais se demitiu de uma turnê de Jackson. Dois
músicos foram despedidos, mas isso aconteceu antes da turnê começar, então eles
nunca poderiam ter testemunhado nada no interior dos hotéis.
Quando
a Sawf News publicou a réplica de Batten, eu observei um fenômeno bem familiar.
Ainda que a história tenha aparecido no Google News e tenha sido coletada
rapidamente pelo Examiner, ninguém mais pareceu querer encostar nela. Enquanto
as especulações sem base alguma em fatos tenham sido replicadas por todo o
globo, a réplica baseada em fatos verdadeiros de Batten foi amplamente
suprimida.
Eu
logo comecei a receber e-mails de fãs de Jackson me dizendo que eles estavam
repassando a história para cada site de notícias de celebridades de que
pudessem lembrar, incluindo vários daqueles que publicaram as alegações
iniciais de Simmons.
Porém,
mais de 48 horas depois, ao digitar a frase exata proferida por Simmons em sua
declaração, em um site de pesquisa, o resultado produziu quase 350 páginas. O
número de sites de notícias com a resposta de Batten? Três.
Essa
não foi a primeira vez que vi uma história sobre Jackson ser abafada. Após o
suicídio de Chandler, em novembro de 2009, eu fui contatado pelo The Sun e me
pediram para fornecer informações sobre as alegações de 1993. Eu gastei um bom
tempo organizando minha pesquisa, alertando àquele jornal sobre os mitos comuns
a esta notícia e como evitá-los, tomando o cuidado de listar todas as fontes
consultadas por mim, de documentos legais a evidências de áudio e vídeo.
Quando
li o artigo pronto, fiquei pasmo ao descobrir que toda a minha informação foi
descartada e substituída pelos mesmos mitos sobre os quais eu havia avisado que
evitassem. Eu alertei a equipe sobre as imprecisões, mas meus e-mails nunca tiveram
resposta. Essas mesmas imprecisões apareceram em cada artigo que eu li sobre o
suicídio.
O
mesmo preconceito se manifestou durante o mês seguinte, quando os arquivos do
FBI sobre Jackson foram liberados. Por mais de 300 páginas de informações não
se encontrava uma evidência incriminadora sequer – mas não foi assim que a
mídia contou essa história.
Uma
fita de vídeo apreendida na alfândega, em West Palm Beach, e constatada como
contendo pornografia infantil, foi repetidamente referida como pertencente a
Jackson. Na verdade, tudo que os arquivos diziam era que a fita estava “ligada”
a Jackson, e essa ligação consistia simplesmente no fato de que alguém
escrevera seu nome na etiqueta adesiva da fita [e não era a letra dele].
Em
outro documento, o FBI refere-se a uma ligação telefônica de uma fonte anônima,
declarando que aquele Departamento havia investigado Jackson durante os anos
80, por abuso sexual a dois meninos mexicanos. Os arquivos não fizeram nenhuma
outra menção a estas supostas investigações e o pedido foi considerado inválido
– a ligação telefônica foi meramente notada. Mas a mídia referiu-se
persistentemente a essas declarações não comprovadas de uma fonte anônima, como
sendo as conclusões do próprio FBI sobre o assunto.
Os
arquivos do FBI sobre Jackson mostravam intensa e claramente sua inocência, mas
seu conteúdo foi rotineiramente manipulado para passar a impressão oposta.
Muitos
são rápidos no desprezo quando os fãs de Jackson falam à imprensa sobre
conspiração da mídia para destruir a reputação do artista, e eu costumava fazer
isso também. Como membro dessa indústria, eu prefiro não pensar nisso como algo
sinistro ou conspiratório, mas acho incrivelmente difícil explicar o
preconceito com o qual Jackson é tratado.
Pergunto-me
se o problema não é o orgulho. Quando as alegações de 1993 estouraram, a vasta
maioria da informação disponível foi divulgada, oficialmente ou não, pela promotoria.
Jackson, enquanto isso, permaneceu em silêncio como de costume.
Talvez,
pelo fato de que a versão dos fatos prestada pela promotoria se encontrava
quase que completamente incontestada (embora eu imagine que drama e venda de
jornais tiveram algo a ver com isto, também), a mídia escolheu primeiramente
retratar Jackson como culpado.
Mas
assim que os fatos começaram a se esclarecer, tornou-se bem evidente que o caso
estava cheio de buracos. As alegações foram instigadas não pelo menino, mas por
seu pai, que exigira de Jackson um acordo para roteiros de cinema, antes de se
dirigir à polícia. Sua voz estava gravada em fita, planejando a destruição da
carreira de Jackson e descartando o bem-estar de seu filho, como “irrelevante”. Depois disso, o menino
contou aos policiais que Jackson era circuncidado, mas a perícia ao corpo do
astro levou à conclusão de que ele não era.
Muito
embora a inocência de Jackson parecesse cada vez mais provável, a maioria dos sites de notícias já havia feito seu
julgamento, e até hoje essa decisão continua sendo a mesma.
Seja
qual for a motivação, orgulho, lucro ou apenas o velho racismo, o preconceito
contra Jackson é inegável. A supressão dos comentários de Batten prova mais uma
vez que, quando se trata de Jackson, a mídia não está interessada na verdade ou
na razão, mas sim em negatividade e sensacionalismo. Batten acompanhou Jackson
em três de suas turnês mundiais e ficou conhecida por uma década como sua “mão
direita”. Mas Simmons – que confessou não conhecer Jackson – teve 100 vezes
mais cobertura da mídia em cima de seus comentários irresponsáveis do que
Batten, que possui experiência em primeira mão.
Chegou
a hora de os meios de comunicação assumirem responsabilidade pelo conteúdo que
publicam. Sites não deveriam
reproduzir histórias de outros lugares, a menos que tenham certeza de que a
informação é verídica. Ainda que a mídia se recuse a publicar a verdade sobre
Jackson, deveria se comprometer a também não publicar mentiras. Ao menos assim,
ele poderá descansar em paz.
Eu
mesma e centenas de fãs de Michael, recentemente fomos testemunhas dessa
epidêmica predisposição da mídia, inclusive a mídia brasileira, em não dar voz
à verdade sobre Michael Jackson. É um fenômeno perverso que eu, pessoalmente,
tenho dificuldade para entender, embora ciente de que o que realmente importa
aos meios de comunicação é audiência = dinheiro. Até que ponto é aceitável
pisar-se em cima da ética para a prevalência do ganho material?
Quando,
em maio de 2010, o promotor americano William Wegerer denunciou abertamente a
conduta fraudulenta do promotor Thomas Sneddon, principalmente no processo
criminal contra Michael Jackson, forjando provas e manipulando testemunhas, a
imprensa do Brasil também fez silêncio. Desconhecimento? Não. Foi um silêncio
deliberado para continuar alimentando a mentira e o escândalo; para continuar
alimentando as massas com o lixo que lhe rende milhões.
Repito:
eu, pessoalmente, e centenas de fãs de Michael lotamos os mais conceituados
meios de comunicação brasileiros de mensagens eletrônicas e telefonemas,
solicitando a apuração e a divulgação dessa notícia que, substancialmente,
tiraria as dúvidas que ainda pairavam sobre a conduta do astro mundial.
SILÊNCIO absoluto foi a nossa resposta: nem uma única notinha sequer, em
qualquer um deles. Se a notícia fosse o contrário, se difamasse ainda mais
Michael Jackson, a cobertura midiática seria a mais total, irrestrita e
ostensiva possível.
Eu
lamento que o ser humano, em plena Era de Aquário, quando as mentes se reciclam
a caminho da ética, a nossa imprensa escolha continuar estagiando no lodo da
tragédia e do escândalo como fonte de ganho financeiro. Enquanto continuarem
estes estados mentais putrefatos, continuarão existindo vítimas inocentes como
Michael Joe Jackson.
*************************
DECLARAÇÕES DE DEFESA:
Nos
dois momentos em que Michael sofreu acusações de abuso infantil, ele não se
furtou aos devidos esclarecimentos à sociedade e especialmente aos seus fãs.
Humildemente, deu a conhecer ao mundo todas as humilhações e ultrajes que
sofreu, expôs sua dor e suas feridas sem reservas, porém, o mundo, acostumado à
cultura do negativo, não lhe deu ouvidos.
Transcrevemos
a seguir as duas declarações de defesa públicas que fez, em 1993 e em 2005,
respectivamente:
DECLARAÇÃO DE DEFESA DE MICAHEL JACKSON POR OCASIÃO DA
PRIMEIRA ACUSAÇÃO DE PEDOFILIA, EM 1993:

Como eu já tenho dito desde
o início, espero sair o mais rápido possível desta horrorosa experiência à qual
me submeteram.
Eu não vou responder a
todas as falsas alegações contra mim, já que meus advogados me disseram que
essa não seria a maneira mais correta de se fazer. Devo dizer que estou
particularmente chateado com essa bagunça, essa terrível bagunça da mídia.
A cada oportunidade, a
mídia tem dissecado e manipulado as alegações para chegarem à sua própria
conclusão.
Eu peço a vocês que
esperem e ouçam a verdade, antes de me condenarem! Não me tratem como
criminoso, porque sou inocente.
Fui forçado a me submeter
a uma examinação humilhante e desumana pelo Distrito de Santa Bárbara e pelo
Departamento de Polícia de Los Angeles, no início da semana. Eles têm um
mandado que os permite examinar e fotografar meu corpo, inclusive meu pênis,
nádegas, peito, coxas e qualquer outra área que queiram.
Supostamente, eles
procuravam por qualquer descoloração, manchas, qualquer evidência de uma doença
que ataca a cor da pele, chamada vitiligo, da qual eu já comentei
anteriormente.
Também me aconselharam a
cooperar com as examinações do meu corpo, devido à posição deles de determinar
a condição da minha pele; se eu tenho mesmo vitiligo ou qualquer outra desordem
na pele.
Deixaram claro, também,
que eu não tinha o direito de negar os exames e fotos. E se eu não cooperasse
com eles apresentariam minha negação a um julgamento como indicação de minha
culpa.
Foi a experiência mais
humilhante que eu já passei na minha vida, pela qual nenhuma pessoa jamais
deveria sofrer.
E, mesmo depois de passar
por esse ultraje das pesquisas, as partes envolvidas ainda não estavam
satisfeitas. E queriam tirar ainda mais fotos. Foi um pesadelo. Pesadelo
horrível. Mas, se é isso que eu devo enfrentar para provar minha inocência,
minha total inocência, então que seja.
Durante toda minha vida,
tenho apenas tentado ajudar milhares e milhares de crianças para que elas
tenham vidas felizes. Traz-me lágrimas aos olhos quando vejo uma criança
sofrendo.
Não sou culpado dessas
alegações! E se eu sou culpado de qualquer coisa, é de dar tudo que eu podia
para ajudar crianças do mundo inteiro. É de amar crianças de todas as idades e
raças. É de ganhar alegria e felicidade ao ver crianças com suas inocências e
rostos sorridentes. É de aproveitar através delas a infância que eu perdi.
Se eu sou culpado de
qualquer coisa é de acreditar no que Deus diz sobre as crianças: “Crianças que sofram, venham até mim. E não
as proíbam no Reino de Deus”. De jeito algum eu afirmo que sou Deus, mas eu
tento sim ser como Deus no coração.
Sou totalmente inocente de
qualquer ato ruim. E eu sei que todas estas alegações terríveis serão
esclarecidas falsas.
Novamente, aos meus amigos
e fãs, agradeço muito por todo o apoio. Juntos, nós enfrentaremos tudo isso até
o final. Eu amo muito vocês, e que Deus abençoe a todos. Amo vocês!
DECLARAÇÃO DE DEFESA NA 2ª ACUSAÇÃO DE PEDOFILIA, QUANDO FOI
LEVADO A JULGAMENTO EM 2005:

Aparentemente, esta
informação teve origem em transcrição a um procedimento na Justiça. Porém, nem
eu nem meus advogados tínhamos conhecimento sobre a tal. A informação é nojenta
e falsa.
Anos atrás, eu deixei que
uma família me visitasse e passasse um tempo em Neverland. Neverland é meu lar.
Eu deixei essa família entrar em meu lar porque me disseram que seu filho
estava com câncer e precisava da minha ajuda.
Ao passar dos anos, eu
ajudei milhares de crianças doentes e infelizes. Esses eventos vêm causando um
pesadelo à minha família, a meus filhos e a mim.
Não tenho intenção de me
colocar em uma posição tão vulnerável novamente. Eu amo minha comunidade e eu
tenho grande fé em nosso sistema de justiça.
Por favor, mantenham a
mente aberta e deixem-me passar o meu dia na Corte. Eu mereço um julgamento
justo como qualquer outro cidadão americano. Serei inocentado e justificado,
assim que a verdade for dita.
DECLARAÇÃO À IMPRENSA DURANTE AS AUDIÊNCIAS, EM 2005:
Ah, eu ganhei forças de
Deus. Eu acredito muito em Deus e saber que sou inocente me dá forças. Nenhuma
dessas estórias é verdadeira, são totalmente fabricadas e é muito triste e
doloroso.
Eu oro muito e é assim que
eu lido com tudo isso, e eu sou uma pessoa forte, sou um guerreiro. Eu sei o
que está dentro de mim e eu sou um lutador.
Mas é muito doloroso,
afinal, eu sou humano, sabe? Eu ainda sou um ser humano. Por isso dói muito,
muito, muito mesmo!
Depoimentos:
Entre a indignação e o alívio, amigos de Michael
desabafaram:
─ “Graças a Deus, Michael está inocentado para
sempre. Agora, talvez, as pessoas o deixem em paz.” (Liz Taylor – atriz).
─ “É uma vitória absoluta e completa para
Michael Jackson, grande humilhação e derrota para Tom Senddon, o promotor que
tem perseguido Michael por mais de uma década, e que trouxe um caso que ninguém
neste júri acreditou de forma alguma. Está acabado.” (Jeffrey Tobbin,
analista legal da CNN).
─ “Este é um júri de uma parte muito, muito
conservadora da Califórnia; um júri que, sob todos os aspectos, parecia ser
pró-promotoria. E se este júri não tinha dúvida quanto ao veredito, nenhum de
nós deve ter qualquer dúvida também” (Robert Shapiro, advogado que defendeu
OJ Simpson).
─ “Eu não sei se as pessoas estão fazendo as
coisas ou se elas foram pagas para dizer as coisas, para dar entrevistas.”
– Nordahl foi procurado para muitas entrevistas pagas, mas sempre recusou – “Eles
queriam fazer entrevistas, contanto que eu falasse o que eles queriam. Então,
houve uma grande quantidade de dinheiro circulando.” (David Nordahl,
artista plástico).
─ “Quando
Michael passou por esse julgamento, meu coração sangrou porque ele era
inocente. Michael amava passar o tempo com as crianças, porque elas não
esperavam nada dele. As acusações vieram sempre dos pais. [...] Michael nunca mais foi o mesmo depois disso. Foi uma coisa terrível ser
acusado, especialmente quando havia um promotor infernal determinado em provar
que ele era culpado. Houve amigos dele que viraram as costas para ele naquele
momento.” (David Gest – produtor musical e marido da atriz Lisa Minelli).
Mas, deixando de lado as tristezas e nos
concentrando na dor como impulso da ascensão, transcrevemos alguns depoimentos
de pessoas que conviveram com o homem Michael Joe Jackson.
A
promotoria foi uma paródia da justiça e um dos maiores ataques de mal gosto a
uma pessoa inocente na história judiciária. Eu nunca esperei que Michael
Jackson fosse condenado de qualquer uma das acusações, seja crime ou
contravenção. Eu acreditava, e ainda acredito que ele era completamente
inocente. Michael Jackson foi uma das pessoas mais bondosas e gentis que eu já
conheci. Ele realmente queria fazer mais do que ser um gênio musical. Ele
queria curar e mudar o mundo através do amor, da gentileza, da arte e da
música. Acredito que esse mundo é um lugar melhor porque ele esteve aqui
conosco.
Eu
digo que existia um Michael universal e um Michael individual. O primeiro
queria mudar o mundo, queria que todos se concentrassem em garantir que as
crianças fossem amadas e cuidadas da maneira adequada e que, assim,
conseguiríamos reduzir a violência, a maldade, a pobreza, e tantos outros
problemas do mundo. Este era o Michael que queria curar o mundo através da
música, do amor, de medidas humanitárias. Ele foi um dos maiores humanitários
que esse mundo já teve e entrou para o Guiness
Book dos recordes como o artista que mais doou dinheiro para a caridade, no
que, é claro, a mídia não gosta de se focar.
O
segundo Michael, com o qual eu lidei, adorava ver uma criança sorrir. Ele
construiu Neverland para ver as
crianças felizes. Era um dos homens mais ricos do mundo e poderia ter gasto
todo o seu dinheiro consigo mesmo. Ao invés disso, ele tinha um zoológico, um
parque de diversões, um teatro, estátuas que representavam crianças... Se você
visse as obras de arte da casa dele, muitas representavam crianças felizes,
sendo respeitadas por quem elas eram: sua cor, sua religião, nacionalidade, que
tradições tinham... Este era um homem que adorava pegar uma criança de rua, que
crescia na pobreza e na violência, trazê-la para Neverland e vê-la sorrir ao observar uma girafa, ou um elefante, ou
ao ganhar sorvete de graça. Isso significava muito para o Michael, porque ele
era uma boa pessoa.
Mas,
infelizmente, quando você é tão genial e rico, os tubarões irão te atacar,
ainda mais se você combinar isso com um pouco de ingenuidade; uma pessoa que
não queria se envolver em decisões financeiras ou legais, o tempo todo. Ele
queria fazer coisas criativas, humanitárias, o que o tornava um alvo ainda
maior para processos e alegações frívolas.
A
mídia quer ver as pessoas caírem, e esperava desesperadamente que Michael fosse
condenado, já que isso iria gerar histórias durante anos sobre a aparência
dele, como ele estava na cadeia e iria se matar. Acreditem, eles estavam
salivando para MJ ser condenado, e estavam alterando toda a história, de uma
forma que influenciasse o júri a condená-lo. Fizeram até jogos baixos comigo em
algumas ocasiões. Todos esperavam lucrar com a destruição dele. Era terrível.
Foi um dos momentos mais importantes da minha vida... quando ele foi inocentado,
foi vingado. Nunca me senti tão orgulhoso. Se olharmos para trás, ele só tinha
mais cerca de 4 anos de vida, e ele pode vivê-la, vingado, com seus filhos.
Eu
sei que há milhares de crianças ao redor do mundo que ele ajudou. Crianças com
deficiências, doentes. Michael preenchia cheques para elas e ninguém publicava
isso. Ele não doava para se exibir, doava porque era isso que seu coração o
mandava fazer. Eu acho que a coisa mais cruel que fizeram foi pegarem o seu
amor e o seu desejo de ajudar as crianças e usarem isso contra ele, o chamando
de monstro, como fizeram no tribunal. Foi simplesmente horrível! Era de cortar
o coração estar ali o observando e ver o impacto que tudo causou nele. Eu não
sei se Michael alguma vez recuperou-se emocionalmente daquilo. (Thomas Mesereau – advogado de Michael em
trechos da entrevista a Deborah Kunesh)
******************************************
Eu vou contar uma história
rápida para todos vocês:
Em 1985, quando eu tinha
apenas 13 anos... Eu ia para a escola "Horace
Mann High" em South Central Los Angeles... e andava de ônibus por 2
horas para a casa de Michael, em Encino – Califórnia. Eu me sentava na porta em
frente da casa, fazendo meu "dever de casa": esperando para ver
Michael. Eu ia sempre vê-lo... e um dia, quando ele estava saindo fora de casa,
em seu "Black Benz", ele me
perguntou por que eu não estava na escola. Eu respondi: "porque eu queria conhecê-lo pessoalmente!"
Então ele disse: "Vá para a escola, não falte, e se você
for bem nas aulas, então eu quero que você me encontre, lá em ‘Balboa Park’
neste sábado, e você vai encontrar-se comigo e meus irmãos em pessoa, porque,
vamos jogar baseball lá todos os sábados. Mas, não diga a ninguém, certo?”
Eu parei de ir à sua casa
durante a época escolar, e fui somente num sábado ao parque para assistir jogos
de basebol, com Marlon e Jackie. Ganhei o álbum "Victory Tour Jacket", com duas cópias do programa do
concerto. Michael também estava lá, no entanto, ele se sentou ao lado de outras
equipes para ficar longe do público. Estava sentado, assistindo ao jogo, com um
chapéu e bigode, e eu era o único, além de sua família, que sabia que ele
estava lá assistindo.
[...]
Naquela época, eu diria que fui o Ultimate
Fan, mas depois de estudar música e me tornar um músico profissional e
artista, posso dizer que, eu sou além de um fã.
A última vez que eu vi
Michael Jackson em pessoa, eu estava com 30 anos, já havia trabalhado com
artistas de várias gravações na indústria de entretenimento e eu estava tocando
a música de Michael no piano, em seu 30º Aniversário de carreira, depois da
festa de 2001, em Nova York.
Eu nunca vou esquecer o
olhar que ele me deu, quando eu estava tocando piano para ele na frente de
todos da Indústria do Entretenimento.
Muitas vezes me pergunto
se Michael sabia que o cara que tocou o piano era a mesma criança pequena de
1985, que estava sentado na frente de sua casa há anos, à espera de apenas um
olhar dele, e agora aqui estou eu um adulto e um artista, produtor e músico
profissional.
Creio que foi por causa
dos "Jacksons", todos eles, que me inspiraram para não ser apenas um Ultimate Fan, mas também para encontrar
minha própria voz como um músico, artista, e tecladista...
Atenciosamente, Francisco
Maestro-Mengesha[4]
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Eu sou uma grande amante da música. Como
tantas pessoas ao redor do globo, a trilha sonora da minha infância era
composta em boa parte dos registros de Michael Jackson. Meu irmão Joe e eu
dançávamos Thriller por horas a fio
na nossa sala. Entendi, em uma idade muito jovem, como o talentoso
Michael foi, como eu cresci assistindo Michael e como ele continua a
inspirar milhões de pessoas em todos os cantos do planeta com seu incomparável
estilo de música e mensagem. Então, quando as pessoas me perguntam “qual é o maior momento de sua vida até
agora”, eu não hesito por um momento: “foi
a noite que eu toquei piano para Michael Jackson”.
Deixe-me voltar um pouco.
Michael e meu pai ficaram amigos quando ele se
mudou para New York, em 2001, para gravar seu álbum, Invincible. Eu estou bem ciente das muitas controvérsias que
rodearam a vida de Michael Jackson, e que elas não tinham influência sobre as
noites que a minha família e eu vínhamos passando com ele. Minha família
teve a sorte de conhecer a ele e as suas lindas crianças, longe do flash
das câmeras e os gritos de fãs.
Então, estávamos terminando uma refeição caseira no
apartamento dos meus pais e Michael, que sabia que eu tocava piano desde
que eu era criança, me pediu para tocar uma peça para ele. É claro que eu
disse sim e, claro, tudo parecia tão surreal! Sentei-me ao piano e pensei “Como é possível agradar a Michael
Jackson? O
que eu poderia tocar para ele?”
Escolhi uma peça de Debussy.
Foram os quatros minutos mais longos da
minha vida: o artista mais famoso do mundo me ouvindo atentamente com os olhos
fechados. Quando eu terminei a peça, olhei para ele para ver
a sua reação. Meu coração estava batendo forte. Minhas mãos estavam
visivelmente tremendo. Seus olhos ainda estavam fechados. Ele
ficou em silêncio. Ele então abriu os olhos e disse, com uma humildade
enorme e uma profunda sinceridade, que ainda ressoa em meus ouvidos até hoje: “Mona, agradeço por isso. Obrigado, obrigado, obrigado!”
Foi nesse momento que eu entendi como esse homem
era único. Ele, o “Rei do Pop”, estava sentado na mesma sala
onde meu irmão e eu tínhamos dançado com seus vídeos de música, em nossa
infância. E lá estava ele, ouvindo-me tocar com a mesma atenção que ele teria
dado a um pianista de concerto. E ele ouviu, durante todo o tempo,
brincando melancolicamente com o cabelo de sua filha Paris, certificando-se de
que ela e seu irmão, Prince Michael, estavam ouvindo também. Foi a
primeira indicação forte de uma verdade que seria reforçada por outros momentos
com Michael. Com toda a fama e fortuna que acumulou, com todas
as influências que ele teve na indústria, no
final do dia, o que lhe importava eram os
fundamentos da vida. Ele era gentil, amoroso e extremamente modesto. Ele
simplesmente adorava seus filhos e era zeloso sobre criá-los
como boas almas. Ele tinha um imenso respeito e amor para com todos
os tipos de música - pop, rock, jazz, música clássica -, independentemente de
quem estava a tocar e onde. E ele estava genuinamente interessado na
vida dos outros, e ficaria feliz em dar um passo atrás para deixá-los brilhar,
mesmo que fosse por apenas quatro minutos.
É realmente difícil imaginar o que a indústria da
música seria se ele nunca tivesse existido. E é igualmente difícil de
imaginar o que vem pela frente, agora que ele não está mais entre nós. Mas
o que eu posso dizer é que o mundo nunca mais será o mesmo sem o grande dom da
sua voz, sua musicalidade e sua presença inconfundível. Então, em nome de
todos aqueles que o conheciam pessoalmente ou através de sua música incrível: Michael,
obrigado! Obrigado, obrigado, obrigado! (Escrito por Mona Lisa Mouallem / ac360.blogs.cnn.com)
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Em 14 de abril de 1984, David Smithee, à época com
14 anos, sofria de fibrose cística já em fase terminal e foi agraciado pela “Make a Wish Foundation” a passar um dia
na casa de Michael Jackson, que ainda vivia com os pais, em Encino.
David assistiu a filmes, jogou vídeo games com
Michael e aprendeu a fazer o “moonwalk”.
─ Eu joguei dois jogos com ele e venci duas vezes ─
disse o menino exultante de felicidade.
Michael presenteou David com a jaqueta vermelha que
usara no vídeo “Beat It” e uma das
luvas de contas usadas no American Music
Awards, quando recebeu oito prêmios. David viajou de volta para casa,
usando a jaqueta e as luvas.
─ Ele estava no céu ─ diz a mãe Karen Wilson.
O garoto voltou a ser hospitalizado e morreu um mês
depois. E Michael dedicou o álbum “Victory”,
do Jackson 5, a David.
─ Michael nos deu o melhor dia de nossas vidas ─
afirmou Karen ─ David partiu muito feliz.
Karen Wilson continuou seguindo a carreira de
Jackson e se tornou uma de suas mais ardentes defensoras quando ele enfrentou
as acusações de 1993 e 2003.
─ Eu nunca, nunca, nunca acreditei em nada disso.
Ele passou o dia sozinho com meu filho e nunca aconteceu nada.
Karen ainda tem a jaqueta e a luva de Michael, que
ela diz estarem trancadas a sete chaves.
─ Meu coração ainda bate forte quando escuto uma música
de Michael ─ diz Karen emocionada.
(Fonte:
http://www.tulsaworld.com/news/article.aspx?s)
[1] Resumo diário do Julgamento de Michael em
2005, coletado em vários órgãos da imprensa americana e traduzido por Andréa
Faggion e Kevin “Beakman” Mendelson.
Site:
<http://www.reidopop.com:80/mjbeats/content.php/1-michael-jackson-home>;
[2] Nota da EDCYHIS: “A Quinta Emenda à Constituição dos
Estados Unidos determina que o indivíduo tem o direito de recusar-se a
apresentar evidências que possam vir a incriminar a si mesmo. Ao permitir que o
processo civil contra Michael Jackson ocorresse paralelamente ao processo
criminal, a justiça americana fez com que o cantor tivesse que expor, antes de
um eventual julgamento criminal, sua estratégia de defesa, bem como permitiu ao
promotor ter acesso a informações apresentadas pela acusação no processo civil,
informações estas mais fáceis de serem colhidas em um processo civil, dadas
suas regras mais indulgentes com a acusação, como explicou Geraldine.”
[3] http://www.buttonmonkey.com/misc/maryfischer.html> para o
artigo de Mary Fischer na GQ, que contém transcrições dos telefonemas.
[4] Mengesha "Mystro" Francisco,
nasceu Mengesha Issac Feseha, 13 jun 1971. Ele é de ascendência
Africano-americano e etíope, e foi adotado por pais Africano-Americano. Ele
atende pelo nome artístico de "Mystro" e é um nativo de South Central
Los Angeles. Mystro é um pianista clássico, sabe ler, escrever e improvisar
músicas, ele se tornou um professor de música com visão celestial Christian
Academy 1991-1995.
DIREITOS AUTORAIS
Pesquisa, redação e artes: Conceição Vitor
Fonte: livro "Simplesmente Michael - mistérios e enigmas de uma lenda viva" (2011)
Fonte: livro "Simplesmente Michael - mistérios e enigmas de uma lenda viva" (2011)
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